Sábado – Pense por si

Mandámos uma mulher para as obras

Tânia Pereirinha 28 de abril de 2011 às 00:00

Uma repórter da SÁBADO ofereceu-se para partir paredes, fazer massa e carregar tijolos durante cinco dias. Aguentou 12 horas. E ainda hoje se queixa.

Ainda faltavam duas horas para o almoço e estava há mais de uma e meia a fazer massa de cimento. Já ia na terceira carga: cada uma com seis baldes de areia molhada e pedra, dois de cimento e um de água, despejados a custo (e com ajuda de outro servente) para dentro da betoneira. Tinha uma dor aguda nas costas e sentia os braços a latejar, de transportar os baldes depois de os encher com uma pá de ferro que me chegava ao umbigo. Quando Duarte se virou para mim: "Vamos fazer mais uma?", entrei em pânico. Era mentir ou fazer uma distensão muscular. Optei pela primeira: "Não posso, pediram-me para serrar umas placas de madeira." Nesse momento percebi que não ia aguentar nem mais uma hora, quanto mais outro dia de trabalho. Para fazer tempo, parti um bocado de parede com uma maceta e ajudei a limpar o chão de calhaus e pedaços de madeira. Às 13h, no fim do intervalo para o almoço, num misto de vergonha e alívio, admiti a derrota: "Chefe, demito-me."

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