"Quando trabalhava no bordel olhava para os homens e mulheres como seres humanos"
A escritora francesa Emma Becker trabalhou durante dois anos e meio num bordel em Berlim, onde a prostituição é legal e conta com proteção social.
"Podes ligar agora? Desculpa, estava a lavar a loiça, não ouvi o telefone" — escreve num SMS Emma Becker (Paris, 1988). Está em Berlim, é o início de maio e a pandemia não abrandou, vive-se ainda um confinamento apertado. Temos de falar ao telefone, a Internet está saturada, as comunicações caem. Emma Becker demorou quatro anos a escrever o seu terceiro romance, A Casa. Quando o publicou em França, no verão de 2019, tinha-se distanciado do bordel onde trabalhou durante dois anos e meio. Foi mãe entretanto, a criança está em casa, não muito longe, interrompe a certa altura a nossa conversa, o jogo com que brinca deixou de funcionar. "As creches de Berlim fecharam também por causa da pandemia" — diz-nos.
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