Psicólogo Eduardo Sá reaparece na televisão em cadeira de rodas e fala sobre acidente que mudou a sua vida
Após anos afastado do ecrã, o psicólogo de 63 anos falou pela primeira vez sobre o acidente doméstico que sofreu e explicou como transformou a dor em resistência.
Depois de alguns anos afastado do pequeno ecrã, o psicólogo Eduardo Sá, de 63 anos, regressou esta quarta-feira, 23 de julho, à televisão. O especialista em psicologia infantil e parentalidade foi convidado do programa 'Dois às 10', da TVI, onde surpreendeu os espectadores ao surgir em cadeira de rodas.
A visita ao formato matutino teve como pretexto o lançamento do novo livro do psicólogo, intitulado 'Queridos Filhos – É com erros que se fazem bons pais'. No entanto, a sua atual condição física, até então desconhecida de muitos, acabou por se tornar também tema de conversa.
Durante a entrevista, Eduardo Sá falou pela primeira vez sobre o acidente doméstico que, há quatro anos, mudou radicalmente a sua vida. Após mudar-se para uma aldeia em Aveiro, em busca de uma vida mais calma, sofreu uma queda em casa que resultou numa lesão irreversível. "Uma queda simples em casa", referiu, sublinhando que foi um acidente "que pode acontecer a qualquer um de nós".
Com o humor que lhe é característico, o psicólogo não evitou a ironia ao abordar a sua nova realidade: "Sou o exemplo vivo de quem anda sempre sobre rodas", brincou, explicando que atualmente depende da cadeira de rodas para se movimentar.
A recuperação após o acidente foi longa, exigindo seis meses de internamento hospitalar: "Tive uma experiência duríssima que não recomendo a ninguém, estar fechado seis meses num hospital com características fora do vulgar. Portanto, nessas circunstâncias, passadas poucas horas de me ter espatifado todo, eu perguntei o que é que queria fazer da minha vida", contou.
A resposta chegou rapidamente: apenas 48 horas depois da queda, Eduardo Sá voltou a escrever as suas crónicas. Durante os seis meses de internamento, continuou ativo profissionalmente, chegando mesmo a fazer programas a partir do hospital.
Apesar da resiliência que demonstra, Eduardo Sá reconhece que nem sempre foi fácil lidar com as emoções. "A ansiedade e a depressão são sinais vitais, as pessoas saudáveis reagem inevitavelmente a tudo o que lhes passa. Ficam tristes, ficam alegres, ficam raivosas, ficam tudo, tudo. As pessoas doentes são aquelas que passam a vida a fintar isso e acham que têm um escudo protetor invisível até à altura em que já não podem mais e depois desmoronam", concluiu.
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