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Júri do Prémio Camões destaca papel de Chico Buarque na "formação cultural de gerações"

21 de maio de 2019 às 22:38

"O seu trabalho atravessou fronteiras e mantém-se como uma referência fundamental da cultura do mundo contemporâneo", afirmaram os jurados.

O júri do Prémio Camões 2019 afirmou hoje à imprensa brasileira que a contribuição do músico e escritor Chico Buarque "para a formação cultural de diferentes gerações" foi um dos motivos que levou à sua distinção.

Num comunicado publicado pelo jornal Folha de São Paulo, o júri declarou que escolheu Chico Buarque tanto pela qualidade da sua obra, quanto pela sua "contribuição para a formação cultural de diferentes gerações em todos os países onde se fala a língua portuguesa", tendo destacado ainda o "caráter multifacetado" do seu trabalho, que passa pela poesia, o teatro e o romance.

"O seu trabalho atravessou fronteiras e mantém-se como uma referência fundamental da cultura do mundo contemporâneo", afirmaram os jurados.

O músico e escritor Chico Buarque é o vencedor do Prémio Camões 2019, hoje anunciado, após reunião do júri, na Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro.

Chico Buarque fora já distinguido duas vezes com o prémio Jabuti, o mais importante prémio literário no Brasil, pelo romance "Leite Derramado", em 2010, obra com que também venceu o antigo Prémio Portugal Telecom de Literatura, e por "Budapeste", em 2006.

O músico e escritor foi escolhido pelos jurados Clara Rowland e Manuel Frias Martins, indicados pelo Ministério português da Cultura, pelos brasileiros Antonio Cícero Correia Lima e António Carlos Hohlfeldt, pela professora angolana Ana Paula Tavares e pelo professor moçambicano Nataniel Ngomane.

"Evidente que esse prémio é um reconhecimento pela poesia dele [Chico Buarque] nas letras de música, que também são literárias, e não só pelos livros. São poemas. Grandes poemas. A música 'Construção', por exemplo, é um poema até raro de se fazer", disse o escritor Antonio Cícero, um dos membros do júri, e também compositor, citado pela Folha de São Paulo.

Escritor, compositor e cantor, Francisco Buarque de Holanda nasceu em 19 de junho de 1944, no Rio de Janeiro.

Estreou-se como romancista com "Estorvo", publicado em 1991, a que se seguiram "Benjamim", "Budapeste", "Leite Derramado" e "O Irmão Alemão", publicado em 2014.

Em 2017, venceu em França o prémio Roger Caillois pelo conjunto da obra literária.

O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, com o objetivo de distinguir um autor "cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum".

Foi atribuído pela primeira vez, em 1989, ao escritor Miguel Torga. Em 2018 o prémio distinguiu o escritor cabo-verdiano Germano Almeida, autor de "A ilha fantástica", "Os dois irmãos" e "O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo", entre outras obras.

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