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Há 1.200 anos que as cerejeiras de Quioto não floresciam tão cedo

Ana Bela Ferreira 30 de março de 2021 às 10:45

Um março excepcionalmente quente no Japão resultou num pico de flores mais cedo nas famosas cerejeiras, um sinal das alterações climáticas.

O espetáculo das cerejeiras em flor costuma dar cor a várias paisagens do Japão no mês de abril. No entanto, este ano o pico foi atingido a 26 de março, um dia mais cedo do que o anterior registo mais cedo que data de 27 de março de 1409.

Os especialistas acreditam que esta antecipação está ligada às alterações climáticas que trouxeram um mês de março excepcionalmente quente a este território. "O registo do florescer das cerejeiras de Quioto é extretamente útil para a investigação das alterações climáticas por causa da sua antiguidade e da sensibilidade destas flores às temperaturas amenas da primavera (primavera mais quente é sinónimo de flores mais cedo)", explica, ao Whashington Post, Benjamin Cook, investigador da Universidade de Columbia especializado na reconstrução de dados climáticos do passado.

Os registos do florescer das cerejeiras no Japão datam de 812. Esta linha do tempo é única pela sua longevidade e mostra que o pico das flores foi estável durante cerca de 1.000 (entre 812 e 1.800). A partir daí começou a ter variações mais profundas.

Se em Quioto bateu o recorde, em Tóquio, a capital, este foi o segundo ano mais cedo de que há registo. O pico do florescer é quando 80% das flores estão abertas, o que, em 1850, acontecia em Tóquio por regra a 17 de abril e nos últimos anos tem-se aproximado de 5 de abril.

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