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Departamento de Justiça divulgou arquivo de Jeffrey Epstein, mas ainda não estão dadas todas as respostas

Débora Calheiros Lourenço 20 de dezembro de 2025 às 11:23

Os Democratas acusam Trump de não cumprir a Lei da Transparência uma vez que o Departamento de Justiça não divulgou todos os “registos, documentos, comunicações e materiais de investigação não classificados”.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou, na sexta-feira, um aguardado e extenso conjunto de documentos pertencentes às investigações sobre o criminoso sexual Jeffrey Epstein, no entanto partes importantes dos mesmos documentos estão censurados.  
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Jeffrey Epstein e Michael Jackson numa fotografia divulgada pelo Departamento de Justiça.
Foto: U.S. Department of Justice via AP
Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell em imagem divulgada pelo Departamento de Justiça
Foto: U.S. Department of Justice via AP
Michael Jackson, Bill Clinton e Diana Ross posam juntos
Foto: U.S. Department of Justice via AP
Fotografia emoldurada de Jeffrey Epstein com uma menor num avião divulgada pelo Departamento de Justiça
Foto: U.S. Department of Justice via AP
Arquivo Epstein divulgado com Bill Clinton e Mick Jagger na lista
Foto: U.S. Department of Justice via AP
Bill Clinton fotografado com Ghislaine Maxwell num jato privado
Foto: U.S. Department of Justice via AP
Nas fotografias divulgadas é possível ver Epstein a socializar com algumas das figuras mais poderosas do mundo naquela época, incluindo artistas como Michael Jackson, Chris Tucker e Diana Ross, mas também com empresários como Richard Branson e políticos como Bill Clinton. O presidente norte-americano entre 1993 e 2001 foi até fotografado numa piscina com Ghislaine Maxwell, cúmplice e companheira de Epstein, também condenada por crimes sexuais.  Numa carta dirigida ao Congresso, o procurador-geral dos Estados Unidos Todd Blanche afirmou que os documentos que datam a 2006 – altura em que Epstein foi investigado por acusações de prostituição infantil – representam apenas o primeiro conjunto de materiais que serão divulgados: “O volume de material a ser analisado faz com que o departamento precisa divulgar publicamente os documentos pertinentes de forma contínua”. Além disso Todd Blanche reconheceu que foram omitidas uma série de informações dos documentos, incluindo os dados de identificação de mais de 1.200 vítimas e os seus familiares.   Epstein acabou por morrer na prisão em 2019 enquanto aguardava julgamento por acusações federais de tráfico sexual de menores. Este caso cativou a atenção da população mundial durante vários anos e foi alvo de inúmeras teorias da conspiração, especialmente devido às suas ligações com algumas das pessoas mais ricas dos Estados Unidos, mas também de outros países, como é o caso do príncipe André que se viu este ano obrigado a afastar-se definitivamente da família real britânica.  Os representantes dos Democratas no Congresso acusam Trump de não cumprir na totalidade a Lei da Transparência neste caso, uma vez que esta exige que o Departamento de Justiça divulgue todos os “registos, documentos, comunicações e materiais de investigação não classificados”. O prazo para esta divulgação terminava a 19 de dezembro e não foram divulgados todos os documentos.  A lei também exige que o Departamento de Justiça publique os materiais de investigações relacionados com Ghislaine Maxwell, que foi considerada culpada e condenada a vinte anos de prisão em 2021 por ser cúmplice no tráfico sexual de adolescentes.   “Tecnicamente, eles não estão em conformidade”, defendeu o congressista democrata Ro Khanna que considerou que “a lei exige que todos os documentos não classificados sejam divulgado”: “Isso não aconteceu. A lei também existe que eles expliquem as partes censuradas. Ainda não vi se isso foi feito ou não, mas a minha impressão inicial é que há muitas partes censuradas sem explicação”. Também o principal representante dos democratas no Senado partilhou as suas dúvidas: “Vamos explorar todas as opções para garantir que a verdade venha à tona”.   As críticas não surgiram apenas por parte dos democratas, Thomas Massie partilhou nas redes sociais que a divulgação “falhou grosseiramente em cumprir tanto o espírito quanto a letra da lei que Trump assinou há apenas 30 dias”.  
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