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Adega mais antiga do Ocidente "esquecida" num monte em Cádis

09 de setembro de 2018 às 15:40

O centro produtor de vinho data do século III antes de Cristo. O complexo da adega faz parte do que seria a zona industrial da cidade fenícia de Dona Blanca.


No topo de um monte da Serra de São Cristobal, em Cádis, Espanha, encontra-se "esquecida" aquela que é considerada a adega mais antiga do Ocidente, um centro produtor de vinho do século III antes de Cristo.

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Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
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"É o achado mais importante, até agora, na história do vinho", explica em entrevista à agência espanhola EFE o catedrático em pré-história Diego Ruiz Mata, que em 1991, juntamente com uma equipa, escavou a zona de dois mil metros quadrados no cimo do monte em que se encontra este centro produtor de vinho, o único com esta idade que se conserva na sua totalidade.

Apesar do seu valor arqueológico, e que confirma também que o vinho teve desde o seu início um sentido religioso, quatro anos depois de ser escavada e estudada durante cerca de sete meses, a adega teve que ser coberta de novo e, por isso, hoje permanece oculta.

"Teve de ser tapada porque está no meio do campo, encontrávamos pessoas a fazermotocrossnos muros, era a sua destruição", disse Diego Ruiz, que lamenta a indiferença com que Espanha trata os elementos importantes do seu património.

O complexo da adega faz parte do que seria a zona industrial da cidade fenícia de Dona Blanca, no município de El Puerto de Santa Maria.

Diego Ruiz Mata dirigiu as investigações arqueológicas desta cidade, que começou na década de 80, quando uma área já tinha desaparecido porque no lugar havia surgido uma pedreira de pedra calcarenito.

O catedrático afirma, agora, que a zona da adega deste importante povoado fenício pode voltar a ver a luz do dia para ser convertido num centro sobre a história do vinho na antiguidade, também localizado dentro do Marco de Jerez, uma das regiões vinícolas mais importantes da Espanha e do mundo.

A adega tem duas balsas para pisar a uva, um recipiente para derramar suco do mosto ou vinho, armazéns para depositar as ânforas cheias de vinho, fornos de vinho doce, além de três templos que causaram "grande sensação no mundo científico", porque revelam cultos etílicos.

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