Sábado – Pense por si

Sermão aos peixinhos

29 de julho de 2011 às 12:07

(Onde o autor, absolutamente seguro de ser escutado pelo A. J. Seguro, deixa uns palpites de fina água e recomendações de igual timbre para o PS, agora exorcisado de Sócrates, e assim regressado ao chamado concerto das nações).

Depois de quase 15 amos de governação socialista - com o interregno Barroso/ Santana - o País, pediu pé sanga e deixou a penosa purga necessariamente para outros. Mesmo reintroduzida a polémica civilizada, baseada nos princípios da boa fé e da discussão cordata, com um notório apaziguamento duma crispação patológica, o inventário é catastrófico. Desde a necessidade de recorrer a ajuda financeira internacional, com o acumular de défices, dívidas e crescimento permanente da despesa, até ao miserável crescimento económico dos últimos 12 anos (182º no ranking mundial, segundo o FMI), passando pela arrogância e mentira sistemática e o assalto ao poder por colocação de membros fiéis nos centros de decisão, até ao silenciamento de vozes incómodas, tivemos de tudo. Se não se pode dizer que não deixaram pedra sobre pedra, isso deve-se ao facto de o País estar coberto a asfalto.

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A lagartixa e o jacaré

Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.