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Paulo Portas acusa Governo de estar mais preocupado com sobrevivência política

19 de março de 2011 às 16:16

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, acusou hoje o Governo de estar preocupado com a sua sobrevivência política e reiterou que apresentará uma resolução sobre o Programa de Estabilidade e Crescimento se o Governo não o fizer.

“Liderança não é confundir o interesse nacional com o interesse e a sobrevivência de um político em concreto. Liderança não é confundir o país com o `rating´de um político em sondagens”, afirmou Paulo Portas. No seu primeiro discurso no 24.º Congresso do CDS-PP, que decorre em Viseu, Paulo Portas disse que o partido vai “manter a coerência” em relação ao Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) e recusou o argumento de que “ou é o primeiro-ministro ou é o caos”. “Liderança não é ser o campeão da austeridade em Bruxelas e ser o campeão da propaganda em Portugal. Liderança não é comprometer-se por escrito com um PEC e pedir, de uma forma retórica, o apoio cá dentro”, criticou.Portas reiterou que apresentará um projecto de resolução para forçar a votação do PEC se os socialistas não o fizerem. Para o líder democrata-cristão, “liderança não é improvisar um plano para sobreviver mais 15 dias, é ter uma visão para Portugal nos próximos 15 anos”, defendendo que Portugal precisa de uma “liderança que perceba isto e que retome a confiança no país e do país”.“Quando a campanha eleitoral abriu, o défice era 5,6%, em campanha aumentavam-se os funcionários, rendimentos mínimos eram dados à descrição e prometiam-se cheques-bebé que, creio, nenhum bebé recebeu”, recordou, sublinhando que depois das eleições o défice passou para 9,3% e “o calvário começou”Portas classificou mesmo o último mês como o mês “horribilis” da verdade política: “Ouvimos o primeiro-ministro anunciar sucessivamente uma folga orçamental, um resultado histórico, até chegar ao PEC 4”.“Como pode o primeiro-ministro dizer que se mantém no cargo para evitar o FMI quando a única razão porque alguns discutem a entrada do FMI é o gravíssimo endividamento a que este primeiro-ministro em 1196 dias de governo levou Portugal?”, questionou.Portas deixou ainda um apelo ao executivo: “Chega de mistificar e chega de mentir, qualquer dia a única alternativa dos portugueses é fazer ‘zapping’ e deixar de ouvir o primeiro-ministro”.

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