Sobrevoa um ninho de cacos. Mas nesta nova fábula do Lobo Mau e do Capuchinho Vermelho, o FMI comporta-se melhor com Portugal do que a UE. Esta quer punir o estouvado Capuchinho, depois de a ter aliciado com doces durante duas décadas. Pior: quer punir-nos ganhando muito dinheiro com isso. Se o absurdo pudesse ser real, poderíamos dizer: salvem-nos dos nossos amigos, que com os inimigos podemos nós bem. Antes enteados do FMI que filhos da UE. A Alemanha quer punir-nos por ter aberto o acesso da fábrica de chocolates à nossa classe política. O que está a fazer a Portugal, à Irlanda e à Grécia é o fim da União Europeia como a conhecemos. Quando recapitalizar os seus bancos, a Zona Euro poderá cindir-se. Sem os bárbaros do Sul. É esse o grande dilema que caiu nas mãos da nossa insignificante elite política, que só pensa no curto prazo. PS e PSD deveriam estar a reflectir numa simples coisa: que Portugal existirá depois do euro e desta UE? Mas continuam a brincar às eleições. Não era preciso Pedro Passos Coelho confirmar: o programa do PSD, e já agora o do PS, será o do FMI. Se for só esse, e não o da punitiva UE, que já vendeu a alma à Alemanha, o mal será o menor. Chegámos ao teatro do absurdo: pedimos ao FMI que nos proteja da UE. Mas isso não nos livra do fim deste regime: o FMI é agora, ao mesmo tempo, o poder e o contra-poder do País. Joseph Schumpeter dizia que o povo cede facilmente a impulsos irracionais. E há quem saiba manipular essa pobreza crítica. É isso que a punitiva UE está a criar: o caldo da contestação.
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O País precisa de uma viragem de mentalidade. De um governante que olhe para a segurança com visão estratégica, pragmatismo e coragem. Que não fale apenas de leis, mas de pessoas, de sistemas, de tecnologia e de resultados.
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