O Padre António Vieira via o futuro pelos olhos do presente
O Padre António Vieira via o futuro pelos olhos do presente: "Neste mundo conturbado, quem tem muito dinheiro, por mais inepto que seja, tem talento e préstimos para tudo; quem não tem dinheiro, por mais talento que tenha, não presta para nada." Sem dinheiro, Portugal espera que dos conclaves da senhora Merkel e do senhor Sarkozy e das porosas unanimidades da UE nasça uma esperança para não cairmos no poço sem fundo da Grécia. Aparentemente, as decisões de quinta-feira são um balão de oxigénio para o país: menos juros e mais tempo para pagar. A conta há-de vir um dia destes: se as "eurobonds" nascerem como cogumelos, não deveremos ficar alucinados pelo seu poder. Elas terão como contrapartida uma política económica e financeira desenhada pelos arquitectos alemães. A autoproclamada generosidade alemã poderá ser o primeiro passo para a humilhação de quem não tem dinheiro. Portugal não pode viver no reino da fantasia: se não implementar reformas a sério, estará sempre dependente dos humores alheios. É por isso que o combate à dívida e ao défice é o único garante da soberania e, também, a possibilidade de Portugal desenvolver uma estratégia que não seja unicamente uma viagem de TGV para Bruxelas. Precisamos de abrir janelas para o nosso espaço natural fora da Europa, sem excluirmos esta. Mas para isso é necessário equilibrar as contas de casa. Portugal não pode parecer um larápio que acha que a sociedade o roubou e por isso tem moral para o dislate. Precisa de criar riqueza para viver com dignidade. Sem ter de, ciclicamente, estender a mão à caridade alheia.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Há momentos que quebram um governo. Por vezes logo. Noutras, há um clique que não permite as coisas voltarem a ser como dantes. Por vezes são casos. Noutras, são políticas. O pacote laboral poderá ser justamente esse momento para a AD.
A recente manifestação dos juízes e procuradores italianos, que envergaram as suas becas e empunharam cópias da Constituição nas portas dos tribunais, é um sinal inequívoco de que mesmo sistemas jurídicos amadurecidos podem ser alvo de ameaças sérias à sua integridade.
Apoiando Marques Mendes, recuso-me a “relinchar” alegremente campanha fora, como parece tomar por certo o nosso indómito candidato naquele tom castrense ao estilo “é assim como eu digo e porque sou eu a dizer, ou não é de forma alguma!”.
O tarefeiro preenche um buraco, não constrói a casa. Tal como no SNS, a proliferação de tarefeiros políticos não surge do nada. É consequência de partidos envelhecidos, processos de decisão opacos, e de uma crescente desconfiança dos cidadãos.