Portugal perdeu-se na floresta da Europa comunitária mas ainda acredita que não acabará como repasto do Lobo Mau.
Achou que era o Capuchinho Vermelho da história de fadas e que a sua bondade intrínseca, com algumas malandrices pelo caminho, o deixariam descansado no caminho para a casa da avó. Na floresta, como se sabe, cada um engana-se como quer. E, no mundo da política, raramente o que está verdadeiramente a acontecer é parecido com o que parece estar a suceder. Entre um défice abaixo do esperado, porque o ilusionismo orçamental é o último truque de magia do Governo, e a ameaça do FMI que bate à porta, Portugal engana-se a si próprio. Ainda não sabe que futuro quer e entretém-se a chorar o presente. Portugal perdeu uma fé (a União Europeia) e ainda não descobriu outra para a substituir. Imolou-se num destino que, agora vê, deixou de ser o seu. Apenas é o que interessa que seja a Berlim ou Paris. Será ajudado porque isso poderá evitar que a Espanha, o verdadeiro problema, se transforme no carrasco do euro. Cavaco Silva tem razão quando diz que se o FMI entrar em Portugal é porque o Governo falhou. A questão é que não foi só Sócrates que esbanjou o seu jogo. Foi Portugal que, ao velar a Europa como salvação, empenhou qualquer projecto de futuro. Importamos tudo, de Alimentos a dinheiro. Hipotecámos o que não tínhamos. Devotámo-nos à democracia de consumo como jovens sem tino. E não quisemos construir um projecto de futuro. O nosso Lobo Mau vai chamar-se, amanhã, FMI. Mas não nos podemos queixar muito.
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Através da observação da sua linguagem corporal poderá identificar o tipo de liderança parental, recorrendo ao modelo educativo criado porMaccobye Martin.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.