Secções

Trabalhadores de museus e monumentos em greve nacional

14 de abril de 2017 às 15:44

O anúncio da greve foi feito no final de Março, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém

Uma greve nacional dos trabalhadores dos museus e monumentos está convocada para esta sexta-feira e sábado pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas.

O anúncio da greve foi feito no final de Março, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, onde cerca de uma dezena de dirigentes sindicais mostraram, na rua, uma faixa onde escreveram as principais exigências, entre elas o reforço dos recursos humanos e a valorização das carreiras.

Artur Sequeira, um dos dirigentes sindicais, disse, na altura, à agência Lusa que a greve foi convocada depois de várias reuniões com o Governo não terem dado resposta às necessidades dos trabalhadores, "que se arrastam há anos". "Esperamos uma adesão forte, embora os trabalhadores já estejam a ser alvo de pressão para não fazerem greve", disse o dirigente sindical, estimando ainda que este sector envolva "largas centenas" de funcionários de museus, monumentos, palácios e sítios arqueológicos em todo o país.

Sequeira sublinhou que o sector da Cultura "tem uma falta de pessoal crónica por várias razões: aposentações de funcionários, saídas por acordo e o fecho das admissões na administração pública". Outra questão sobre a qual os sindicatos tomaram posição diz respeito ao projecto do Governo, em apreciação no parlamento, de municipalização das competências destes espaços culturais: "É o Ministério da Cultura que deve gerir estes serviços para garantir um serviço público de qualidade".

Outras reivindicações prendem-se com a reposição e criação de carreiras especiais, o abono para falhas, o regulamento de entrega e transporte de valores, o regulamento de fardamento, as condições de saúde e segurança no trabalho, e a formação profissional.

Na semana passada, fonte do Ministério da Cultura disse à Lusa que o Governo quer integrar 113 trabalhadores de museus e monumentos nos quadros da Administração Pública através de concurso, mas aguarda autorização da tutela das Finanças.

Apesar da garantia de abertura de concursos para integração nos quadros, o sindicalista Artur Sequeira disse que a greve se mantém, porque há outras reivindicações para aqueles trabalhadores.

"Todos os monumentos, museus e sítios precisam de pessoas. Não basta integrar aquelas 100 pessoas. É preciso recrutar novos trabalhadores. E exigimos uma medida excepcional, porque, se for por concurso, aqueles trabalhadores arriscam-se a ver a vaga ocupada por outra pessoa", disse Artur Sequeira.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela