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Redes sociais acusadas de facilitar terrorismo

29 de junho de 2016 às 10:22

As redes sociais, usadas por milhões de pessoas como fonte de notícias, são veículos para fomentar ataques como o de Istambul, alertam instituições. Algumas estão a ser processadas nos tribunais

O YouTube, o Facebook e o Twitter são três das redes sociais que estão agora acusadas em tribunal de permitirem aos grupos jihadistas difundirem a sua ideologia e recrutar membros. A queixa foi apresentada, há menos de duas semanas, pelo pai de uma estudante californiana, morta nos atentados de Paris, em Novembro do ano passado.

Na terça-feira, imprensa especializada divulgou notícias de que o YouTube e o Facebook já estariam a bloquear, de forma automática, vídeos com conteúdos extremistas, algo que vários governos têm pedido com insistência e que as redes sociais têm contraposto com o direito à liberdade de expressão.

A influência das redes sociais é crescente. Mais de metade (51%) dos utilizadores de 26 países, Portugal incluído, usa as redes sociais como "fonte de notícias" pelo menos uma vez por semana, revela o estudo do Digital News Report 2016, do Reuters Institute. Amanhã é o Dia Mundial das Redes Sociais.

O próprio director da Agência Central de Inteligência, CIA, nos Estados Unidos, John Brennan, já admitiu que as redes sociais tornam mais difícil o combate ao terrorismo porque ajudam os grupos terroristas a coordenar acções, a divulgar propaganda e a inspirar apoiantes um pouco por todo o mundo. 

Essa é a opinião do norte-americano Reynaldo Gonzalez, que há duas semanas, apresentou no Tribunal Federal da Califórnia do Norte uma queixa contra três das principais redes sociais (YouTube, Twitter e Facebook), depois de a sua filha, Nohemi Gonzalez, ter morrido nos atentados de Paris do ano passado.

Na queixa afirma-se que, no fim do ano de 2014, o auto-designado Estado Islâmico (EA) tinha 70.000 contas no Twitter, das quais pelo menos "79 oficiais", e que colocava "pelo menos 90tweets por minuto". A primeira audição está marcada para 21 de Setembro, no Tribunal Federal de Oakland.

O grupo extremista faz propaganda em várias línguas, incluindo em português, e, no último número da sua publicação Dabiq (em inglês), com 68 páginas, faz ameaças de morte, "sem piedade ou remorso", aos "não crentes", lembra os últimos atentados, diz que "Paris foi um aviso, Bruxelas foi um lembrete", e acrescenta: o que está para vir é pior e "mais devastador".

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