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Pyongyang ameaça com ofensiva "catastrófica"

06 de setembro de 2017 às 08:12

A Coreia do Norte garante que vai avançar com o seu programa nuclear mesmo que a comunidade internacional imponha mais sanções

A Coreia do Norte garante que vai avançar com o seu programa nuclear mesmo que a comunidade internacional imponha mais sanções, e já acusou os Estados Unidos de serem o "principal culpado pela escalada de tensão e ameaça nuclear".

"Os Estados Unidos estão terrivelmente equivocados se acreditam que podem assustar ou persuadir a RPDC (República Popular Democrática de Coreia, nome oficial de Coreia do Norte) dizendo que 'todas as opções' estão em cima da mesa e impondo as piores sanções e pressão" sobre o país, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano.

O comentário do ministério, publicado na noite de terça-feira pela agência estatal de notícias KCNA, refere a reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU, na segunda-feira, e o pedido da embaixadora norte-americana, Nikki Haley, para ser adoptada uma nova e mais forte resolução contra a Coreia do Norte.

O embargo de petróleo é uma das novas medidas propostas pelos membros do conselho, que já impôs ao país sanções destinadas a limitar a entrada de fundos potencialmente destinados ao desenvolvimento de armamento.

Neste sentido, Pyongyang insistiu na inutilidade de novas sanções e afirmou que o país asiático responderá às "atrozes sanções e à pressão dos Estados Unidos com a nossa própria contra-ofensiva" e que Washington "será totalmente responsável por todas as consequências catastróficas que se sigam".

Pyongyang acusa Trump de quer a guerra
Em relação ao último teste nuclear, no domingo passado, em que assegurou ter testado uma bomba H (de hidrogénio, mais potente que uma bomba atómica convencional), que pode ser instalada num míssil intercontinental, a Coreia do Norte disse que "ninguém tem direito a criticar o nosso teste" e classificou-o como um procedimento "rotineiro e indispensável" ao seu desenvolvimento.

Pyongyang acusou Washington de tentar "difamar" a Coreia do Norte, ao acusar o país de tentar começar uma guerra, e afirmou que "os comentários disparatados e beligerantes de 'fogo é fúria' de [Donald] Trump" demonstram que são os Estados Unidos que estão a "pedir guerra", ignorando a comunidade internacional.

"Com o surgimento da administração Trump, os Estados Unidos tornaram-se mais imprudentes" com a Coreia do Norte, "e não nos resta outra opção que não redobrar os nossos esforços para fortalecer a força nuclear do Estado", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano.

Bomba de hidrogénio com potência de 160 mil toneladas
Entretanto o governo japonês aumentou hoje para 160 mil toneladas a estimativa da potência do último teste nuclear da Coreia do Norte, mais do dobro do valor anteriormente apontado. 

"A Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês) determinou que este teste gerou um sismo de 6,1 graus de magnitude. Com base nisso pode calcular-se que a potência do teste nuclear foi de cerca de 160 mil toneladas", explicou o ministro da Defesa, Itsunori Onodera, sobre a explosão nuclear realizada pela Coreia do Norte, no domingo.

Inicialmente, a estimativa japonesa apontava para uma força de detonação de cerca de 70 mil toneladas. A revisão indica uma potência mais de dez vezes superior à da bomba atómica norte-americana que destruiu a cidade japonesa de Hiroshima em Agosto de 1945.

A detonação nuclear realizada pela Coreia do Norte gerou um sismo artificial de magnitude superior a 6 na escala de Ritcher, que minutos depois foi seguido por outro de menor intensidade, de cerca de 4.

Imagens captadas por satélite e difundidas dias depois no portal especializado38 North mostram alterações na superfície do terreno onde fica a base norte-coreana de testes nucleares de Punggye-ri, onde o solo ficou levantado e verificaram-se pequenos deslizamentos de terras.

"Estas perturbações são mais numerosas e generalizadas que as que podiam ser observadas nos cinco testes prévios realizados pela Coreia do Norte", indicou o portal.

Apesar de divergências nas medições, os especialistas concordam que a Coreia do Norte melhorou significativamente as capacidades nucleares, ao conseguir pelo menos quintuplicar, com o sexto teste, a potência do anterior dispositivo, detonado em Setembro de 2016.

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