Secções
Entrar

Partido de Suu Kyi conquista maioria no parlamento birmanês

13 de novembro de 2015 às 10:42

A LND pode propor dois dos três candidatos a Presidente e garantir que um deles será o próximo chefe de Estado

A Liga Nacional para a Democracia (LND), o maior partido da oposição na Birmânia, liderado por Aung San Suu Kyi, conquistou a maioria no parlamento, de acordo com resultados divulgados hoje pela comissão eleitoral birmanesa.

Segundo os mais recentes dados da comissão eleitoral, a LND conquistou mais 21 assentos na câmara baixa, elevando o total de lugares no conjunto do parlamento para 348, obtendo a maioria.

Apesar de um quarto dos assentos estar reservado aos militares, o partido da Nobel da Paz ultrapassou a barreira que lhe permite eleger o Presidente e formar governo, marcando um ponto de viragem histórico, segundo os mais recentes resultados oficiais, divulgados hoje, cinco dias depois das eleições, embora a contagem ainda não tenha terminado.

Quando estão escrutinados 84,6% dos votos, a LND conta com 348 deputados (238 na câmara baixa e 110 na câmara alta) dos 491 em jogo.

O Partido para a União, Solidariedade e Desenvolvimento, no poder na Birmânia, conquistou, até ao momento, 40 assentos, enquanto os restantes 42 anunciados se distribuem entre várias formações de minorias étnicas.

Além dos deputados eleitos nas urnas, o parlamento birmanês conta com 162 deputados na câmara baixa e 85 na câmara alta designados pelo exército.

Com esta maioria parlamentar, a LND pode propor dois dos três candidatos a Presidente, com o terceiro a ser proposto pelos militares, e garantir que um deles será o próximo chefe de Estado.

Uma vez confirmados os resultados prevê-se que em Janeiro tome posse o novo parlamento, o qual vai eleger, entre Fevereiro e Março, o novo Presidente e dois vice-presidentes.

Prémio Nobel da Paz em 1991, Suu Kyi, que a junta militar manteve sob detenção durante mais de 15 anos, está impedida de se candidatar à presidência birmanesa devido a um artigo da Constituição, que exclui pessoas casadas ou com filhos estrangeiros - uma disposição que se considera ter sido feita para visar directamente a opositora, viúva de um britânico e com filhos de nacionalidade britânica.

Apesar de a candidatura à presidência ser impossível, Aung San Suu Kyi, de 70 anos, garantiu que vai dirigir o governo se a LND ganhar as eleições.

Governada por regimes militares de 1962 a 2011, quando a última junta entregou o poder a um executivo civil, composto por antigos militares, que iniciou uma série de reformas políticas, económicas e sociais, a Birmânia realizou no domingo as primeiras eleições livres em mais de 25 anos.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela