Papa leva 12 refugiados sírios consigo para o Vaticano
São considerados "muito vulneráveis". Vêm da ilha grega de Lesbos para Roma
O papa Francisco levou 12 refugiados sírios considerados "muito vulneráveis" consigo para Roma, após ter visitado a ilha grega de Lesbos. Estas pessoas iriam ser deportadas. Deste modo, o Papa reage à nova política europeia que prevê o envio de refugiados e migrantes de volta à Turquia.
Segundo o organismo de coordenação da política migratória grego (SOMP), estes refugiados "chegaram a Lesbos antes da entrada em vigor do acordo entre a União Europeia (UE) e a Turquia".
A televisão pública grega ERT noticiou que os refugiados que o papa Francisco vai levar para o Vaticano pertencem a três famílias que estão no campo aberto de Kara Tepe e que foram escolhidas à sorte. Todas estas pessoas são muçulmanos da Síria e entre elas, há seis menores.
"O Papa quis fazer um gesto de boas-vindas quanto aos refugiados, acompanhando no seu avião para Roma três famílias de refugiados da Síria. Todos os membros das três famílias são muçulmanos. Duas famílias vêm de Damasco, e uma de Deir Azzor (na área ocupada pelo Daesh). As suas casas foram bombardeadas. O Vaticano terá a responsabilidade de trazer e manter estas três famílias. A hospitalidade inicial será tratada pela Comunidade de Sant'Egidio", confirmou um porta-voz do Vaticano.
O avião do papa argentino aterrou hoje às 10:04 locais (8:04 em Lisboa), 15 minutos antes do programado, no aeroporto de Mytilène, capital da ilha, onde era esperado pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.
"É uma viagem um pouco diferente das outras. Uma viagem marcada pela tristeza, uma viagem triste", afirmou o papa durante o voo aos jornalistas.
"Vamos testemunhar o pior desastre humanitário desde a Segunda Guerra Mundial. Vamos ver tantas pessoas que estão a sofrer, que estão a fugir e não sabem para onde", afirmou.
"Também vamos a um cemitério, o mar. Tantas pessoas que nunca chegaram", afirmou ainda o papa Francisco.
O papa fez uma visita de cinco horas à ilha, durante as quais esteve com refugiados, acompanhado pelo patriarca ortodoxo Bartolomeu, pelo chefe da Igreja Grega, arcebispo Jerónimo II, e por Alexis Tsipras.
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