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Pandemia vai destruir 125 milhões de empregos em todo o mundo em 2021

27 de outubro de 2021 às 12:19

"Dramaticamente, vemos que é a disponibilidade desigual de vacinas e da capacidade de estímulo fiscal que está a impulsionar estas tendências e é fundamental que isto seja corrigido o mais depressa possível", alerta a Organização Internacional do Trabalho.

A pandemia vai destruir o equivalente a 125 milhões de empregos em todo o mundo em 2021, advertiu esta quarta-feira a Organização Internacional do Trabalho (OIT), depois de alertar que piorou as previsões porque a recuperação do mercado laboral global estagnou.

Em meados do ano, a organização tinha estimado que no final de 2021 o equivalente a 100 milhões de empregos seria perdido, um número que a OIT aumentou em 25 milhões depois de observar que no terceiro trimestre os números são ainda piores do que no início do ano.

A OIT projeta que o total de horas trabalhadas em 2021 será 4,3% inferior aos níveis pré-pandemia (quarto trimestre de 2019), contra uma previsão de -3,5% da OIT publicada em junho.

No primeiro trimestre de 2021 a perda de horas de trabalho foi equivalente a 131 milhões de postos de trabalho, no segundo aumentou para 140 milhões, no terceiro foi de 136 milhões e no quarto ainda se estima em 94 milhões, de acordo com o relatório sobre os efeitos da pandemia no emprego publicado esta quarta-feira pela OIT.

"A atual trajetória do mercado laboral é marcada por uma recuperação estagnada, com o surgimento de grandes riscos de deterioração, e por grandes lacunas entre economias desenvolvidas e em desenvolvimento", comentou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

"Dramaticamente, vemos que é a disponibilidade desigual de vacinas e da capacidade de estímulo fiscal que está a impulsionar estas tendências e é fundamental que isto seja corrigido o mais depressa possível", disse Ryder.

O relatório mostra que as horas trabalhadas nos países de rendimento alto e médio-alto tendiam a recuperar em 2021, enquanto os países de rendimento médio-baixo e inferior continuavam a sofrer grandes perdas.

Nas diferentes partes do mundo, a Europa e a Ásia Central sofreram as menores perdas em horas trabalhadas em comparação com os níveis pré-pandemia (-2,5%), seguidas da Ásia e o Pacífico (-4,6%), enquanto a África, as Américas e os Estados Árabes registaram declínios de 5,6%, 5,4% e 6,5% respetivamente.

As últimas estimativas confirmam, de um modo geral, o impacto desigual da crise da covid-19 no emprego, com os jovens, especialmente as mulheres jovens, a continuarem a enfrentar maiores défices de emprego.

Nos países de rendimento baixo e médio, as restrições fiscais e o progresso demasiado lento da vacinação são impedimentos à recuperação, ampliados por riscos de retrocesso, tais como sobre-endividamentos e estrangulamentos na cadeia global de abastecimento, de acordo com a OIT.

A organização estima que, se os países de baixos rendimentos tivessem um acesso mais equitativo às vacinas, a recuperação em horas de trabalho poderia alcançar a das economias mais ricas em apenas um trimestre.

No início de outubro, 59,8% das pessoas estavam totalmente vacinadas nos países de alto rendimento, enquanto a percentagem era de 1,6% nos países de baixo rendimento, de acordo com a OIT.

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