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Organização de Paris 2024 lamenta que grupos religiosos se tenham sentido ofendidos

Lusa 28 de julho de 2024 às 14:55

"O meu desejo não é ser subversivo, nem gozar ou chocar", disse o diretor artístico da cerimónia, Thomas Jolly. "Queria enviar uma mensagem de amor e inclusão e não de divisão".

A organização dos Jogos Olímpicos disse hoje que "nunca houve a intenção de desrespeitar qualquer grupo religioso", lamentando que grupos se tivessem sentido ofendidos por um quadro que evocava "A Última Ceia" de Leonardo da Vinci durante a cerimónia de abertura.

D.R.

A pintura de Da Vinci retrata o momento em que Jesus Cristo declarou que um apóstolo o iria trair. A cena da cerimónia de sexta-feira contou com a presença da DJ e produtora Barbara Butch - um ícone LGBTQ+ - ladeada por artistas 'drag' e dançarinos.

Os conservadores religiosos de todo o mundo condenaram o segmento, com a conferência de bispos da Igreja Católica francesa a deplorar as "cenas de escárnio" que, segundo eles, ridicularizavam o cristianismo - um sentimento partilhado pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.

A Comunhão Anglicana no Egito expressou hoje o seu "profundo pesar", afirmando que a cerimónia poderia fazer com que o Comité Olímpico Internacional "perdesse a sua identidade desportiva distintiva e a sua mensagem humanitária".

O diretor artístico da cerimónia dos Jogos Olímpicos de Paris, Thomas Jolly, afirmou que o objetivo era celebrar a diversidade e prestar homenagem à festa e à gastronomia francesa.

Anne Descamps, porta-voz de Paris 2024, foi hoje questionada sobre os protestos durante uma conferência de imprensa do Comité Olímpico Internacional.

"É evidente que nunca houve a intenção de desrespeitar qualquer grupo religioso. Pelo contrário, penso que (com) Thomas Jolly, tentámos realmente celebrar a tolerância da comunidade", afirmou Descamps. "Olhando para o resultado das sondagens que partilhámos, acreditamos que esta ambição foi alcançada. Se as pessoas se sentiram ofendidas, é claro que lamentamos muito, muito mesmo."

Jolly explicou as suas intenções à Associated Press após a cerimónia:

"O meu desejo não é ser subversivo, nem gozar ou chocar", disse Jolly. "Acima de tudo, queria enviar uma mensagem de amor, uma mensagem de inclusão e não de divisão".

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