Secções
Entrar

OMS: Ómicron não será a última variante de preocupação

06 de janeiro de 2022 às 18:18

"As variantes estão a competir e a evoluir", alerta a líder técnica de resposta à covid-19. Contudo, as medidas de saúde pública e a vacinação travam a circulação do vírus.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) avisou hoje que a Ómicron não será a última variante de preocupação do coronavírus que causa a covid-19, sublinhando que subsistem oportunidades para o vírus se espalhar e gerar novas variantes.

"Não será a última variante de preocupação", afirmou na videoconferência de imprensa regular da OMS a líder técnica de resposta à covid-19 na organização, Maria Van Kerkhove, quando questionada se a Ómicron, a mais transmissível das variantes do SARS-CoV-2, será a última estirpe do coronavírus a circular.

A epidemiologista realçou, numa referência à Delta e à Ómicron, que "as variantes estão a competir e a evoluir", apontando a vacinação, que previne a doença grave e a morte, e as medidas de saúde pública, como o uso de máscaras, o distanciamento físico e a lavagem frequente das mãos, como as "duas partes da equação" para travar as oportunidades de o vírus circular e originar novas estirpes, mais ou menos severas.

"Há ainda muitas oportunidades para o vírus se espalhar e gerar novas variantes", acentuou o diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Mike Ryan.

"Equidade, equidade, equidade", insistiu, momentos antes, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reiterando que o fim da pandemia da covid-19 depende da igualdade no acesso às vacinas.

Ghebreyesus voltou a lembrar que há países, sobretudo os mais pobres, que continuam com baixas taxas de vacinação, por falta de acesso a vacinas, traduzindo-se essa realidade no aparecimento de novas variantes do vírus, além de mais casos de doença grave e mortes.

A pandemia da covid-19 provocou mais de 5,4 milhões de mortes em todo o mundo, segundo o mais recente balanço da agência noticiosa AFP.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.054 pessoas e foram contabilizados 1.539.050 casos de infeção, de acordo com dados atualizados da Direção-Geral da Saúde.

A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado há dois anos em Wuhan, cidade do centro da China.

Atualmente, segundo a classificação da OMS, existem cinco variantes de preocupação do SARS-CoV-2, sendo que a Ómicron, a mais recente, é a mais transmissível de todas.

Devido à Ómicron, vários países, incluindo Portugal, ultrapassaram diversas vezes os máximos diários de novas infeções.

Apesar da sua elevada transmissibilidade, esta variante é menos severa quando comparada com a antecessora Delta, sendo que na maioria dos casos se tem revelado assintomática ou provocado sintomas ligeiros.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou hoje para o risco de se desvalorizar a Ómicron, afirmando que embora esta variante se afigure ser menos grave, especialmente entre as pessoas vacinadas, "tal não significa que deva ser classificada como ligeira".

"Tal como as variantes anteriores, a Ómicron está a hospitalizar e a matar pessoas", frisou, acrescentando que, devido à elevada infecciosidade desta variante, "os hospitais estão a ficar sobrelotados e com falta de pessoal", resultando em "mortes evitáveis não apenas por covid-19, mas por outras doenças e lesões" devido à falta de assistência atempada.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela