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OE2022: BE disponível para compromissos razoáveis, mas sem abdicar de soluções estáveis

26 de outubro de 2021 às 20:39

Segundo Mariana Mortágua, "é na negociação anual do voto do orçamento que o Governo cria as condições para o apoio parlamentar que pretende".

O BE defendeu esta terça-feira que é na negociação orçamental que o Governo "cria condições para o apoio parlamentar que pretende", reiterando a disponibilidade para um orçamento com "compromissos razoáveis que sejam soluções estáveis", das quais não abdica.

Numa intervenção desde a tribuna da Assembleia da República durante o primeiro dia do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), a deputada do BE Mariana Mortágua reiterou que este documento apresentado pelo Governo "não traduz uma negociação à esquerda e não resolve os problemas que o país enfrenta".

"Estamos disponíveis para viabilizar um orçamento que integre compromissos razoáveis que sejam soluções estáveis, mas não nos peçam que abdiquemos dessas soluções", avisou.

"Não nos peçam que vivamos bem com a eternização da troika nos salários e nas pensões. Não nos peçam que deixemos para outro momento este debates porque sabemos bem que em todos os outros debates, sobretudo na discussão laboral, quase sempre o PS votou com a direita ou arrastou processos sem soluções", elencou.

Segundo Mariana Mortágua, "é na negociação anual do voto do orçamento que o Governo cria as condições para o apoio parlamentar que pretende".

"Pois crie essas condições no trabalho, nas pensões, na saúde e terá um orçamento", desafiou.

Para a deputada bloquista, "em respeito" pelo trabalho da anterior legislatura, a da conhecida geringonça, mas sobretudo em respeito pelo povo português, o partido tem "a obrigação de responder aos problemas estruturais do país com mais do que promessas e medidas simbólicas ou de circunstância".

"Bem sei que as bancadas da direita fazem aqui um exercício mórbido sobre a geringonça. Os filhos da política do empobrecimento do país têm saudades do poder", alertou.

No entanto, na análise de Mariana Mortágua, os portugueses olham para direita e que veem "são partidos engalfinhados sobre a castração e a pena de morte, sobre como castigar os ciganos por serem ciganos, sobre como entregar hospitais públicos aos Melos e à Fosun, sobre como lançar milhões de euros para a incompetência".

"O país vê o panorama da vingança social que a direita quer impor a Portugal", criticou.

À esquerda, prosseguiu a deputada bloquista, os portugueses identificam "divergências e é verdade que elas são sérias".

"Divergências que impedem um compromisso neste orçamento, mas que antecipam a discussão que vai determinar o futuro: a alteração das regras que determinam o valor do salário e da pensão, que protegem os serviços públicos, a começar pelo SNS; e que combatem estruturalmente a pobreza, as desigualdades e as alterações climáticas", elencou.

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