Secções
Entrar

Myanmar: Junta Militar prepara novas acusações contra Aung San Suu Kyi

18 de março de 2021 às 08:00

A emissora pública MRTV, controlada pelos militares, transmitiu um vídeo de um promotor imobiliário confessando ter pago 55o mil dólares à lider de facto do país, em várias parcelas, entre 2018 e 2020.

A junta militar no poder em Myanmar está a preparar novas acusações por corrupção a Aung San Suu Kyi, afirmando que a antiga líder aceitou subornos de 550.000 dólares (459 mil euros), segundo a televisão estatal.

Na noite de quarta-feira, a emissora pública MRTV, controlada pelos militares, transmitiu um vídeo de um promotor imobiliário confessando ter pago aquela quantia à lider de facto do país, em várias parcelas, entre 2018 e 2020.

"Com base neste testemunho, as autoridades detetaram que Aung San Suu Kyi se tornou culpada de corrupção e estão a preparar-se para a acusar", disse a MRTV.

O advogado da antiga líder de facto do país, que continua detida pelos militares, considerou as novas alegações "sem fundamento e absurdas", em declarações à agência de notícias France-Presse (AFP).

"A minha cliente pode ter falhas, mas corromper as pessoas não está na sua natureza (...). A maioria dos birmaneses não acreditará" nestas novas acusações, acrescentou.

Presa no golpe de estado de 01 de fevereiro e isolada desde então, a antiga líder, de 75 anos, já foi acusada de importar ilegalmente walkie-talkies, de não cumprir as restrições ligadas à pandemia, de violar uma lei de telecomunicações e de incitar à perturbação pública.

Na semana passada, o exército anunciou que estava a abrir uma investigação por corrupção, acusando-a inicialmente de receber ilegalmente 600.000 dólares (cerca de 501 mil euros) e mais de 11 quilos de ouro.

Se a laureada com o Prémio Nobel da Paz de 1991 for considerada culpada das acusações, enfrenta longas penas de prisão e pode ser impedida de participar na política.

O seu partido, a Liga Nacional para a Democracia, ganhou as eleições parlamentares de novembro passado por larga maioria.

No dia 01 de fevereiro, os generais birmaneses tomaram o poder, alegando fraude eleitoral nas legislativas e contestando a vitória de Aung San Suu Kyi.

Desde o golpe de Estado repetem-se as manifestações de protesto, marcadas pela violência policial e do exército.

De acordo com a Associação de Ajuda aos Prisioneiros Políticos, a repressão policial e militar já fez mais de 180 mortos civis desde o início de fevereiro.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela