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Moscovo rejeita acusações de estar a bloquear cereais ucranianos

26 de maio de 2022 às 13:38

Na quarta-feira, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Andrei Roudenko, também defendeu que a resolução da crise exige o levantamento das sanções contra Moscovo.

A Presidência russa (Kremlin) rejeitou hoje as acusações ocidentais de que Moscovo tem bloqueado, desde o início da ofensiva na Ucrânia, as exportações de cereais ucranianos, desencadeando assim uma crise alimentar global.

"Rejeitamos categoricamente essas acusações e acusamos os países ocidentais de terem tomado uma série de medidas ilegais que levaram a esse bloqueio", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Os países ocidentais "devem anular essas decisões ilegais que estão a obstruir o transporte marítimo e impedem a exportação de cereais", acrescentou Peskov, numa referência às sanções impostas pelo Ocidente a Moscovo.

A Ucrânia, grande exportadora de cereais, principalmente de milho e de trigo, tem tido a sua produção bloqueada e impossibilitada de ser exportada devido aos combates registados no seu território.

Por sua vez, a Rússia, outra potência cerealífera, não pode vender a sua produção e os seus fertilizantes por causa das sanções ocidentais que afetam os setores financeiro e logístico.

Na quarta-feira, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Andrei Roudenko, também defendeu que a resolução da crise exige o levantamento das sanções contra Moscovo e a "desminagem por Kiev" dos portos do Mar Negro.

Segundo o vice-ministro, a Rússia está pronta para criar "corredores humanitários" para que os navios possam exportar os cereais.

A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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