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México reforça fronteira com os EUA para travar migrantes

24 de junho de 2019 às 21:19

"Considerando que a migração não é um crime, mas um delito administrativo, vamos detê-los e remetê-los à disposição das autoridades" migratórias, indicou exército.

O México deslocou cerca de 15.000 polícias e militares para a fronteira com os Estados Unidos no âmbito do acordo concluído com Washington para travar a imigração ilegal, anunciou esta segunda-feira o ministro da Defesa, Luis Cresencio Sandoval.

"Entre a Guarda Nacional e membros do exército, existe um envio total de perto de 15.000 homens para o norte do país", declarou o ministro durante uma conferência de imprensa na companhia do Presidente Andrés Manuel López Obrador. Ao ser interrogado sobre a possibilidade de o exército e a Guarda nacional - que integra militares e polícias federais - não apenas intercetarem migrantes durante a sua travessia em território mexicano, mas também proceder à sua detenção quando tentarem atravessar a fronteira com os Estados Unidos, o ministro confirmou essa disposição.

"Considerando que a migração [clandestina] não é um crime, mas um delito administrativo, vamos detê-los e remetê-los à disposição das autoridades" migratórias, indicou o general Sandoval.

Uma foto divulgada pela agência noticiosa AFP no fim de semana junto à fronteira com os EUA suscitou uma vaga de críticas contra o Governo de Obrador. O registo mostra duas mulheres, acompanhadas por uma rapariga, detidas por membros da Guarda nacional no momento em que se preparavam para atravessar o Rio Bravo, que separa Ciudad Juárez, no México, da cidade de El Paso, nos Estados Unidos.

As forças de segurança procedem regularmente a detenções de migrantes clandestinos em território mexicano, mas é raro que ocorram junto à fronteira com os EUA.

O ministro da Defesa mexicano também precisou que 6.500 homens foram deslocados para a fronteira sul com a Guatemala, para impedir a passagem de milhares de migrantes da América central que procuram alcançar os Estados Unidos, em fuga da miséria e da violência nos seus países.

No final de maio, o Presidente norte-americano Donald Trump ameaçou impor taxas alfandegárias sobre todos os produtos mexicanos importados para os EUA caso o México não adotasse medidas para travar a vaga de migrantes.

Em 7 de junho os dois países anunciaram um acordo. Para além do envio de forças policiais e militares para as fronteiras do país, o México comprometeu-se a acelerar o regresso ao país de origem dos migrantes, e enquanto o seu pedido de asilo for teoricamente analisado nos Estados Unidos.

O primeiro balanço desta operação deverá ser estabelecido dentro de 45 dias.

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