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Manuel Pinho saiu do DCIAP mas não foi interrogado

17 de julho de 2018 às 12:12

Hoje, o ex-ministro da Economia deveria ter sido confrontado com as suspeitas de ter recebido cerca de um milhão de euros do "saco azul" do GES.

O ex-ministro da Economia Manuel Pinho saiu das instalações do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), em Lisboa, onde chegou pelas 10:32 de hoje para ser interrogado. Contudo, o seu advogado, Ricardo Sá Fernandes, detalhou que o interrogatório de Pinho não aconteceu porque houve "razões processuais que levaram" à desmarcação da sessão. 

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"A diligência foi dada sem efeito, por ocorrerem questões processuais que o justificaram. Mas quem deu sem efeito a diligência foi o Ministério Público", contou Sá Fernandes. "O juiz de instrução anulou o acto de constituição de Manuel Pinho como arguido, portanto Manuel Pinho não é arguido neste processo."

Manuel Pinho chegou às 10:32, meia hora depois do previsto, ao DCIAP acompanhado pelo seu advogado, Ricardo Sá Fernandes. Caso as diligências tivessem decorrido como esperado, Pinho seria interrogado pelo procurador Hugo Neto.

Pelas 11:16, o ex-ministro saiu das instalações do DCIAP, sozinho, tendo feito apenas a seguinte declaração: "Eu sei o que queria dizer, mas não vou dizer. O Sá Fernandes depois explica-vos".

Na segunda-feira, em declarações à Lusa, Ricardo Sá Fernandes disse que este interrogatório foi marcado "de supetão" e que se ia encontrar nesse dia com o seu cliente, acabado de chegar do estrangeiro.

Hoje, às 15:00, está agendada uma audição parlamentar com Manuel Pinho, na sequência de um requerimento do PSD, votado favoravelmente em 2 de Maio.

Em maio, em comunicado, o advogado de Manuel Pinho, Ricardo Sá Fernandes, revelou que o ex-ministro, que deixou de ser arguido no caso EDP, estaria disposto a prestar "todos os esclarecimentos" aos deputados, mas só depois de ser interrogado pelo Ministério Público.

Em 19 de Abril, o jornal 'online' Observador noticiou as suspeitas de Manuel Pinho ter recebido, de uma empresa do Grupo Espírito Santo (GES), entre 2006 e 2012, cerca de um milhão de euros.

Os pagamentos, de acordo com o jornal, terão sido realizados a "uma nova sociedade 'offshore' descoberta a Manuel Pinho, chamada Tartaruga Foundation, com sede no Panamá, por parte da Espírito Santo (ES) Enterprises --- também ela uma empresa 'offshore' sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas e que costuma ser designada como o 'saco azul' do Grupo Espírito Santo".

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