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Líder da UNITA culpa MPLA por assassinato de militante

26 de maio de 2016 às 20:06

O líder da UNITA, maior força da oposição angolana, acusou esta quinta-feira o MPLA, de falta de vontade para impedir que incidentes como o ocorrido em Benguela, com pelo menos um morto

Isaías Samakuva falava à imprensa, à margem de uma visita de campo, sobre o incidente que, quarta-feira, resultou na morte de um militante daquele partido em Benguela, além de outros desaparecidos, durante uma visita de deputados da UNITA.

"É triste e vergonhoso para os angolanos e não podemos continuar assim, os cidadãos não podem fazer o que querem, não podem atropelar a lei quando querem e como querem sem que as autoridades consigam pôr ordem na comunidade", disse, em declarações aos jornalistas, o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

Segundo Isaías Samakuva, incidentes do género acontecem porque "a direcção do MPLA não faz absolutamente nada no sentido de consolidar o processo de reconciliação nacional".

"Os meus colegas de Benguela transmitiram que havia um trabalho de realização de inquérito, vamos esperar o que é que vai-se apurar, mas aqui não há mais nada para apurar, está apurado. À partida há faltar de vontade de travar situações desta natureza", frisou.

"E certamente também nós vamos aguentando, aguentando, e um dia nós ficamos cheios e depois a coisa não fica boa", alertou Isaías Samakuva.

Os confrontos, entre ameaças e ataques, aconteceram, segundo a UNITA, sobretudo entre as 16:00 e as 22:00 de quarta-feira, em Capupa, município do Cubal, uma zona praticamente sem comunicações.

De acordo com Isaías Samakuva, a delegação da UNITA recebeu das autoridades garantias de segurança, mas a polícia presente no local, "num efectivo fora do normal, não fez absolutamente nada, para impedir estes acontecimentos".

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), visado nas críticas da UNITA, ainda não comentou o caso, enquanto a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), o segundo maior partido da oposição, emitiu esta quinta-feira um "comunicado de repúdio" sobre os acontecimentos de Benguela.

O partido classifica o caso como um "acto bárbaro" e "um sinal de regressão efectiva, quanto aos ganhos já alcançados", alertando para a necessidade de "evitar-se qualquer derrapagem no processo de paz tão dificilmente alcançada".

"Quando os deputados soberanamente mandatados, em missão parlamentar são atacados, o que se reserva a outros homens e mulheres que por livre opção e em sã consciência, se têm envolvido em actividades políticas ou actividades cívicas", questiona o comunicado do Secretariado Nacional da CASA-CE.

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