Secções
Entrar

Jovens com mestrado ganham em média mais 22% que licenciados

Lusa 06 de dezembro de 2022 às 07:16

Livro Branco "Mais e Melhores Empregos para os Jovens" adianta ainda que cerca de 30% dos graduados, dos 25 aos 34 anos, são considerados sobrequalificados para a profissão que exercem.

Os jovens com mestrado ganhavam, em média, mais 22% que os licenciados em 2019, um valor superior em 12 pontos percentuais face a 2010, segundo o Livro Branco "Mais e Melhores Empregos para os Jovens", a divulgar hoje.

O prémio salarial associado à educação tem vindo a diminuir nos últimos anos para quem tem licenciatura, mas no caso dos jovens com mestrado aumentou, segundo o documento elaborado pela Fundação José Neves, pelo Observatório do Emprego Jovem e pelo Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para Portugal.

"O prémio salarial da educação continua a existir de forma clara, mas tem vindo a diminuir o que, por sua vez, pode reduzir os incentivos dos jovens ao prolongamento do seu percurso educativo e formativo", pode ler-se no Livro Branco.

Em 2010, um jovem adulto (entre os 25 e 34 anos) com licenciatura ganhava, em média, mais 95% do que um jovem com ensino básico e mais 59% do que um jovem com o ensino secundário, mas, em 2019, estes diferenciais caíram para 60% e 42%, respetivamente.

Por outro lado, o prémio salarial associado ao mestrado "aumentou substancialmente", salientam os autores, indicando que em 2019 os jovens mestres ganhavam em média mais 22% do que os licenciados, 12 pontos percentuais acima do registado em 2010.

Em 2019, segundo o Livro Branco, o salário médio de um jovem mestre, com idades entre 25 e 34 anos, era de 1.617,16 euros, enquanto o de um licenciado se fixava 1.326,76 euros. Já um jovem com o ensino secundário ganhava em média 934,44 euros e para um jovem com o ensino básico a média era de 827,65 euros.

Olhando para os salários reais, o Livro Branco revela ainda que as remunerações dos jovens trabalhadores licenciados recuaram 14,5% entre 2010 e 2019, enquanto para os mestres e doutorados a queda salarial real foi de 5,1% e de 5,6% respetivamente.

Para os jovens com o ensino secundário, a queda salarial real foi de 4,6% no mesmo período, tendo, no entanto, os salários subido em 3,7% no caso dos jovens com o ensino básico.

"Os baixos salários dos jovens refletem-se na proporção expressiva de jovens a auferir o salário mínimo", referem os autores, indicando que a percentagem era de 33,9% no caso dos jovens até 25 anos e de 25,8% entre os 25 e 29 anos, em junho de 2021.

De acordo com o Livro Branco, em Portugal, o emprego jovem continua a ser de baixa qualidade e esta tendência é acentuada durante as crises económicas, como a da pandemia de covid-19.

Desde 2015, a taxa de desemprego dos jovens com menos de 25 anos tem sido mais do dobro da população em geral e, durante a pandemia, chegou a ser 3,5 vezes superior.

Ainda segundo o estudo, existe um "desfasamento entre as competências dos jovens trabalhadores e as profissões que exercem", com cerca de 30% dos graduados, dos 25 aos 34 anos, a serem considerados sobrequalificados para a profissão que exercem.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela