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Jerónimo avisa Costa que "sem aumentos salariais" os "problemas vão aumentar"

18 de fevereiro de 2020 às 17:34

António Costa pediu a Jerónimo de Sousa para não desvalorizar o que foi alcançado nos últimos anos e com o descongelamento de carreiras na função pública.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, avisou hoje o primeiro-ministro que "sem aumentos" salariais "para todos" na função pública o Governo comete "uma injustiça" e "os problemas vão aumentar".

"Tenha atenção que se não existir um aumento para todos isso será uma injustiça e os problemas vão aumentar", afirmou Jerónimo de Sousa durante o debate quinzenal, no frente-a-frente com António Costa, em que reclamou uma valorização salarial na administração pública e no setor privado como uma "emergência nacional".

Em tom de desafio, o secretário-geral comunista afirmou que o que foi avançado pelo Governo "na valorização salarial não faz justiça aos funcionários da administração pública e não chega para recuperar o poder de compra".

E, para as negociações com os sindicatos da administração pública fez mais um repto, para que o executivo decida "negociar" em vez de se "ficar apenas pelos apelos genéricos".

Quando chegou a vez de responder, António Costa pediu a Jerónimo de Sousa para não desvalorizar o que foi alcançado nos últimos anos -- quando o PCP teve um acordo de incidência parlamentar com os partidos de esquerda -- e com o descongelamento de carreiras na função pública.

Pelos cálculos de Costa, este descongelamento "significará um aumento de 2,9% do conjunto da massa salarial".

E foi quando retomou a palavra para fazer uma segunda pergunta, sobre as Parcerias Público-Privadas na saúde, que o líder socialista deixou o alerta quanto à possibilidade de "os problemas" irem aumentar se não houver aumentos.

Jerónimo de Sousa questionou ainda o primeiro-ministro sobre a continuação da PPP no hospital de Cascais, por considerar que contraria a Lei de Bases da Saúde, afirmando que no caso de Cascais é uma "decisão inaceitável que nada beneficiará o Serviço Nacional de Saúde" e "um passo na direção contrária na defesa do SNS".

De António Costa ouviu a resposta de que dos 114 hospitais do Serviço Nacional de Saúde sobram dois com este modelo.

A decisão quanto a Cascais, afirmou Costa, é de 2016, "decorre no seu calendário normal", e, acrescentou, "não contradiz nada a regulamentação da lei de bases da saúde", que foi aprovada pela esquerda parlamentar em 2019, ainda na anterior legislatura.

"Estamos simplesmente a dar execução a uma decisão anterior à nova lei de Bases da Saúde", disse Costa.

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