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Covid- 19: Doentes crónicos a tomar ibuprofeno não devem deixar de o fazer

18 de março de 2020 às 18:53

Apelo surge depois de alertas lançados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação ao ibuprofeno e uma eventual relação com o agravamento da infeção por novo coronavírus.

AAgência Europeia do Medicamento(EMA) apelou, esta sexta-feira, para que os pacientes que estejam a tomar ibuprofeno para tratar uma doença crónica não interrompam a toma sem conselho médico, adiantou aAFP.

O apelo surge depois de alertas lançados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação ao ibuprofeno e uma eventual relação com o agravamento da infeção por Covid- 19.

Depois de declarações do ministro francês da Saúde no mesmo sentido, a OMS apelou na terça-feira para que as pessoas que apresentassem sintomas como os da Covid- 19 como febre e tosse seca não tomassem ibuprofeno sem prescrição médica, privilegiando o paracetamol.

O ibuprofeno é um anti-inflamatório largamente utilizado quando há sintomas como febre associada a dor, ainda que seja acusado de agravar riscos de complicações infecciosas graves e agora também suspeito de agravar a infeção pelo novo coronavírus.

No entanto, a EMA não acompanha esse entendimento, ressalvando que não existe evidência científica nesse sentido.

"Em primeiro lugar, um tratamento contra a febre e a dor no quadro da Covid- 19, os pacientes e cuidadores devem considerar todas as opções, nas quais o paracetamol e os anti-inflamatórios não esteroides (como o ibuprofeno) devem ser considerados", refere a agência.

A EMA acrescenta que "não há, atualmente, nenhuma prova científica que estabeleça uma ligação entre o ibuprofeno e o agravar da Covid- 19", afirmando também que vai estudar todas as novas informações que surjam.

A agência insiste ainda na situação dos pacientes sujeitos a tratamentos de longa duração com ibuprofeno.

"Não há atualmente nenhuma razão para os pacientes a tomar ibuprofeno interromperem o seu tratamento (...). É particularmente importante para os pacientes a tomar o ibuprofeno ou outros anti-inflamatórios não esteroides contra as doenças crónicas", refere o comunicado citado pela AFP.

A EMA refere que lançou em maio de 2019 um inquérito sobre o uso de ibuprofeno, depois de um relatório da agência do medicamento francesa que sugeria que certas doenças como a varicela seriam agravadas pelo ibuprofeno, e do qual ainda não são conhecidas as conclusões.

Vários responsáveis de saúde pública e cientistas alertaram nos últimos dias contra a toma de ibuprofeno, numa altura em que a epidemia de Covid- 19 se propaga a grande rapidez.

O sistema de saúde público britânico, ainda que ressalvando que não existem "provas significativas" de contraindicações do ibuprofeno, recomendou igualmente o paracetamol contra os primeiros sintomas.

Tal como a EMA, também o sistema de saúde britânico sublinhou que "parar ou mudar de medicamento em caso de doença crónica, sem conselho apropriado, pode ser perigosos".

Em Portugal, o Infamed e a Direção-Geral da Saúde emitiram comunicados a realçar a ausência de evidência científica a relacionar a toma de ibuprofeno com o agravamento da infeção de Covid- 19.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde confirmou hoje 642 casos de infeção.

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