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Costa em Pedrógão: É preciso que o país se habitue a não aguardar por tragédias

17 de junho de 2018 às 14:32

Primeiro-ministro considera que maiores desafios são as necessidades de revitalizar o interior e de concretizar a reforma da floresta.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que o país tem de se habituar "a não aguardar pelas tragédias" para dar importância àquilo que é estrutural, elegendo a floresta e o interior como prioridades.

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Foto: Lusa
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"É preciso que o país se habitue a não aguardar pelas tragédias para dar importância àquilo que é verdadeiramente estrutural", frisou António Costa, recordando, após a missa em memória das vítimas dos incêndios de há um ano, realizada na vila de Pedrógão Grande, que o Governo arrancou ainda em 2016, antes dos grandes fogos, com a reforma da floresta e a criação da Unidade para a Missão de Valorização do Interior.

Segundo o primeiro-ministro, há duas questões estruturais que o país tem de enfrentar e para as quais hoje, "infelizmente, está mais alerta do que devia ter estado a tempo e horas": as necessidades de revitalizar o interior e de concretizar a reforma da floresta.

António Costa sublinhou que o desafio é "para muitos anos", visto que a revitalização do interior e a reforma florestal serão matérias que levarão "o seu tempo", face ao território extenso e "muito abandonado" do interior. A estes desafios somam-se as alterações climáticas, que hoje criam maiores situações de risco de incêndio.

"Ao mesmo tempo que fazemos esse trabalho de longo prazo, não podemos deixar de dar resposta ao imediato, acorrer àqueles que carecem de resposta imediata e prepararmo-nos para o período que aí vem, por forma a termos as melhores condições possíveis para evitar tragédias como a tragédia de Pedrógão Grande", referiu.

Relativamente ao período crítico de incêndios que se avizinha, António Costa considerou que Portugal está hoje "mais bem preparado, com mais equipamento, com mais recursos", além de se ter registado um esforço de prevenção que não existia anteriormente.

António Costa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, foram algumas das personalidades que estiveram presentes na missa em memória das vítimas, na Igreja Matriz de Pedrógão Grande.

O incêndio que deflagrou há um ano em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), em 17 de Junho, e alastrou a concelhos vizinhos provocou 66 mortos e cerca de 250 feridos.

As chamas, extintas uma semana depois, destruíram meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.

Em outubro, os incêndios rurais que atingiram a região Centro fizeram 50 mortes, a que se somam outras cinco registadas noutros fogos, elevando para 121 o número total de mortos em 2017.

Costa destaca "força inspiradora" das populações afectadas
O primeiro-ministro, António Costa, realçou hoje em Pedrógão Grande, Leiria, a capacidade de resiliência e de superação das populações, considerando que são "uma força inspiradora".

À saída da missa em memória das vítimas dos incêndios, na vila de Pedrógão Grande, António Costa destacou a capacidade de reconstrução na região afectada pelo grande incêndio de Pedrógão Grande, que ocorreu há um ano.

"É uma força inspiradora para todos nós vermos como as pessoas, perante a tragédia, perante o drama que sofreram, em vez de abandonarem, em vez de desistirem, estão aqui prontas para a luta, para reconstruir este território e reconstruírem as suas vidas", frisou.

O primeiro-ministro realçou que apenas três pessoas não tiveram vontade de reconstruir as suas casas de primeira habitação e que a generalidade das empresas afectadas decidiu avançar com a reposição do potencial produtivo.

"Hoje, é um dia que nos curvamos perante a memória daqueles que faleceram, que relembramos a dor daqueles que perderam os seus familiares, daqueles que ficaram feridos graves e que ainda hoje padecem do sofrimento e do trauma deste incêndio", disse.

No entanto, para lá da dor e do luto, António Costa destacou a "esperança e a força extraordinária que toda a população tem demonstrado", mostrando-se capaz de "se reconstruir e de reconstruir este território".

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