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Consumo de antibióticos aumenta até 2019, mas cai nos anos da pandemia

05 de maio de 2022 às 08:43

Relatório da DGS conclui também que a adesão ao cumprimento da higiene das mãos aumentou progressivamente desde 2016

O consumo de antibióticos em ambulatório aumentou ligeiramente entre 2013 e 2019 em Portugal, mas registou uma redução acentuada a partir de 2020 devido à pandemia de covid-19. Os dados foram divulgados esta quinta-feira num relatório da Direção-Geral da Saúde.

"Em ambulatório, a redução de incidência de infeções respiratórias bacterianas pela restrição à circulação e aglomeração de pessoas e pelo uso generalizado de máscara e, por outro lado, a redução de acesso a consulta médica determinaram uma franca redução de consumo de antibióticos", adianta o relatório anual do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos.

"Em 2020, pelo contexto pandémico, verificou-se uma marcada redução de consumo, que parece sustentada em 2021. Esta redução foi mais marcada do que a da média europeia", adiantam ainda os dados do relatório publicado no Dia Mundial da Higiene das Mãos.

No entanto, o rácio de antibióticos de largo espetro sobre os de espetro estreito aumentou entre 2018 e 2021 e de forma mais acentuada do que na média europeia, o que faz com que Portugal tenha o "quinto pior resultado à escala europeia neste indicador", alerta o relatório divulgado pela DGS.

"Parece-nos que o contexto pandémico teve influência significativa nos indicadores de consumo de antibióticos", admitem os autores do relatório do PPCIRA, programa prioritário de saúde criado em 2013.

O documento conclui também que a adesão ao cumprimento da higiene das mãos aumentou progressivamente a partir de 2016, sendo "particularmente significativo o aumento ocorrido entre 2019 e 2020 no contexto pandémico".

Nas unidades de saúde, "entre esses dois anos, a taxa de cumprimento global e a taxa de cumprimento do primeiro momento de higiene das mãos aumentaram de 75,7 para 82,7% e de 68,0 para 76,2%, respetivamente", refere o documento.

De acordo com os dados do programa, entre 2015 e 2020, verificou-se uma redução da incidência da taxa global de infeção em locais cirúrgicos, de infeção da corrente sanguínea adquirida em hospital, de pneumonia associada a tubo endotraqueal em unidades de cuidados intensivos de adultos e neonatais e de infeção porClostridioides difficile.

"O período pandémico levou a significativo decréscimo da amostra de vigilância epidemiológica de infeções hospitalares, decorrente sobretudo da dedicação dos grupos locais do PPCIRA à batalha contra a covid-19", reconhece o relatório.

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