Secções
Entrar

Camilo Mortágua localizado em Castelo Branco. "Passou o susto", confirma a filha Joana Mortágua

10 de janeiro de 2022 às 07:13

A mesma fonte indicou que o desaparecimento foi dado pela sua mulher, cerca das 14h30 de domingo, no posto da GNR, em Alvito.

O antifascista e pai das deputadas do Bloco de Esquerda Mariana e Joana Mortágua, Camilo Mortágua, dado como desaparecido desde domingo de manhã, foi localizado em Castelo Branco e encontra-se bem, disse na madrugada desta segunda-feira fonte da Proteção Civil.

De acordo com fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja, o homem, de 87 anos, foi localizado "em Castelo Branco" e "está bem". A informação foi recebida pelo CDOS às 00h53, tendo por base os Bombeiros de Alvito, que receberam a informação da GNR local.

A filha Joana Mortágua escreveu no Twitter que o pai se encontrava bem e já em casa. "Passou o susto" e "estamos orientadas", diz na mensagem.

No domingo à noite, fonte da GNR tinha dito à Lusa que as autoridades estavam a realizar buscas para encontrar Camilo Mortágua, desaparecido desde a manhã desse dia em Alvito, no distrito de Beja.

A mesma fonte indicou que o desaparecimento foi dado pela sua mulher, cerca das 14h30 de domingo, no posto da GNR, em Alvito.

Segundo a fonte da Guarda, o homem tinha falado em casa de uma possível deslocação na sua viatura ao Fundão, no distrito de Castelo Branco, onde "tem ligações", não sendo conhecido, cerca das 22h45, o seu paradeiro, não tendo sido igualmente localizado o veículo.

As buscas, envolvendo a GNR e bombeiros da corporação de Alvito, estavam a decorrer no concelho de Alvito e em vários locais, nomeadamente nas zonas de Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo e no Fundão, acrescentou a fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).

Uma patrulha do destacamento de trânsito da GNR esteve a efetuar o trajeto entre Alvito e o Fundão, no sentido de localizar o homem e a viatura.

Além da GNR, estavam envolvidos nas buscas cinco bombeiros, apoiados por duas viaturas da corporação de Alvito, de acordo com o CDOS.

Em 1961, Camilo Mortágua participou, juntamente com Amândio Silva, Fernando Vasconcelos, João Martins, Maria Helena Vidal e Hermínio da Palma Inácio, no assalto ao 'cockpit' de um avião da TAP que cumpria a rota entre Casablanca, em Marrocos, e Lisboa, logrando a distribuição de milhares de panfletos contra o regime fascista de Salazar, enquanto o aparelho sobrevoava a capital e outros pontos do país.

Também em 1961, integrou a "Operação Dulcineia", que culminou no desvio do paquete português "Santa Maria", com 600 passageiros e 350 tripulantes, no mar das Caraíbas.

Em 1967, Camilo Mortágua, na altura com 34 anos, participou no assalto ao Banco de Portugal na Figueira da Foz, para financiar ações contra a ditadura.

Camilo Mortágua foi agraciado em 2005 pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Ordem da Liberdade, que distingue serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação do Homem e à causa da liberdade.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela