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Café a preço recorde devido a menor produção no Brasil e política comercial dos EUA

Lusa 15 de fevereiro de 2025 às 10:27

Trata-se de um novo recorde histórico e a maior média mensal desde abril de 1977, destaca a Organização Mundial do Café.

Os preços do café atingiram níveis máximos no início de 2025, segundo a organização mundial do setor, influenciados pelo corte estimado da produção no Brasil, o maior exportador mundial, e incerteza da nova política comercial dos Estados Unidos.

Soeren Stache/picture-alliance/dpa/AP Images

No mais recente relatório, a Organização Mundial do Café (ICO, na sigla em inglês) indicou que o seu índice de preços composto do café atingiu em janeiro 310,12 cêntimos de dólar (298,77 cêntimos de euro) por libra produzida (equivalente a cerca de 453 gramas), mais 3,5% do que em dezembro e mais 75,8% do que no mesmo mês de 2024.

Trata-se de um novo recorde histórico e a maior média mensal desde abril de 1977, destacou a organização, que atribuiu a subida sobretudo à situação do mercado no Brasil, maior produtor e exportador mundial de café.

Em janeiro, as variedades locais de arábica e robusta ficaram 15,2% e 6,2% mais caras, respetivamente, mostrando um aumento nos preços internos na sua principal origem de exportação.

A subida continuou nas primeiras semanas de fevereiro, segundo a informação disponível no 'site' da ICO, e no final das transações de quinta-feira, dia 13, o índice de preços composto chegou aos 375,34 cêntimos de dólar por libra produzida.

O Brasil espera uma colheita de 51,8 milhões de sacas (de 60 quilos) este ano, o que representa uma redução anual de 4,4% (ou 600 mil sacas), segundo dados de janeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura.

De acordo com a ICO, outra causa do aumento dos preços é a incerteza em torno das medidas comerciais do novo Governo dos Estados Unidos, que poderiam afetar a indústria global de café e alguns dos seus principais fornecedores, como o Brasil, a Índia e a Indonésia.

Em dezembro, as exportações globais de grãos de café verde totalizaram 9,73 milhões de sacas, 10,5% menos do que em igual mês de 2023.

A ICO indica que as vendas de café natural brasileiro caíram 11,3%, para 3,34 milhões de sacas, e as do tipo robusta caíram 19%, para 3,71 milhões.

Por região, as exportações da América do Sul diminuíram em dezembro 2,1% na comparação anual (5,6 milhões de sacas) e as da Ásia e da Oceânia caíram 31,2% (3,31 milhões), enquanto as de África cresceram 8% (1,21 milhões), e as do México e da América Central subiram 0,9% (0,61 milhões).

Quanto aos preços, em comparação com dezembro, o preço do café suave colombiano e de outros cafés suaves aumentou 3,2% em janeiro em ambos os casos, para 351,93 centavos de dólar (339,05 centavos de euros) por libra e 354,47 centavos de dólar (341,49 centavos de euros), respetivamente.

Enquanto isso, a variedade robusta estava 3,6% mais cara, nos 245,29 centavos de dólar por libra (236,29 centavos de euros), de acordo com a ICO.

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