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Albuquerque: PSD sempre teve razão sobre o défice

28 de dezembro de 2016 às 16:01

A antiga ministra das Finanças criticou medidas do Governo que não têm sustentabilidade futura

A vice-presidente social-democrata Maria Luís Albuquerque afirmou hoje que o Governo só conseguirá cumprir a meta do défice através de "medidas extraordinárias e irrepetíveis", reclamando que o PSD teve sempre razão.

Considerando que é positivo para o país que seja cumprida a meta do défice, Maria Luís Albuquerque advertiu que "não é algo para alcançar num ano" e que é importante que seja conseguida "com medidas sustentáveis" e não através de medidas que não tem sustentabilidade futura.

Em conferência de imprensa na sede nacional do PSD, Lisboa, Maria Luís Albuquerque referiu-se aos resultados do Plano Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES), que permitiram uma receita este ano superior a 500 milhões de euros, o que equivale, sublinhou, a três décimas do Produto Interno Bruto.

Estes resultados, somados aos dados que foram sendo conhecidos através da execução orçamental ao longo ano, "mostra que o PSD sempre teve razão": "Aquele que era o cenário macroeconómico original, o Orçamento aprovado na Assembleia da República, não foi cumprido enquanto tal e nunca permitiria, se o fosse, alcançar um défice inferior ao do ano passado".

No passado dia 21, o primeiro-ministro, António Costa, disse que o défice orçamental este ano cumprirá pela primeira vez as regras da União Europeia e ficará "com conforto" abaixo dos 2,5%.

Na análise da ex-ministra das Finanças, estes resultados são devidos em primeiro lugar a uma "redução brutal do investimento público, nunca vista desde a década de 50 do século passado" e através de "medidas extraordinárias e irrepetíveis, portanto um plano b e um plano c".

"Já conhecemos os resultados do programa de perdão fiscal, não conhecemos ainda os dados da reavaliação de activos e que deverá justificar o grande optimismo que [o Governo] tem em relação às metas do défice", observou.

Questionada sobre o facto de o Governo anterior também ter recorrido a medidas extraordinárias, a ex-ministra das Finanças sublinhou que o anterior executivo "sempre o fez de forma absolutamente transparente", através da apresentação de orçamentos rectificativos na Assembleia da República que "a actual maioria diaboliza como se fosse criticável".

"Aquilo que a actual maioria faz é optar por falta de transparência e até de respeito democrático, fingindo que não tem planos b e planos c, que não recorre a nada de extraordinário para alcançar os resultados", disse.

Com os dados que são conhecidos, frisou, "o que é manifesto é que sem estas medidas extraordinárias o défice, face ao ano passado, não se reduziria".

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