Tchizé dos Santos questiona legitimidade de João Lourenço após condecorar o pai
A filha do ex-presidente questiona: "Quem perseguiu José Eduardo dos Santos tem legitimidade para fazer reconciliação em Angola?"
A filha do ex-presidente questiona: "Quem perseguiu José Eduardo dos Santos tem legitimidade para fazer reconciliação em Angola?"
Partiram em colunas de mil carros, com bebés e crianças, atravessando a guerra e a natureza hostil. Saíram de traineira para a Namíbia e para Portugal. Penaram durante meses em campos de refugiados. Meio século depois contam o que viveram como se tivesse sido ontem.
Tem gabinete na Galp e na sede da Amorim Luxury, dona do JNcQUOI Club e dos restaurantes com a mesma marca. A partir de Lisboa, os sócios rumam ao Carvalhal e chegam à praia de buggy elétrico. É junto a esta aldeia que está a construir 64 villas que já lhe valeram algumas guerras. Não são as únicas: no mundo da moda há quem lhe chame Lady Rolha – em alusão à cortiça, o primeiro negócio da família.
Entre essas instituições, destacam-se BCP, Santander Totta, Novo Banco, BPI mas também Bankinter ou Abanca.
Esta é uma história de egos enormes e uma soma de denúncias; da Odebrecht e do dossiê Isabel dos Santos; de Mexia, Pinho e do enigmático Príncipe; dos milhões a devolver ou talvez não; dos clamores públicos e das perseguições; do telemóvel da discórdia e o parecer do interessado Germano. E ainda dos desembargadores chateados e dos documentos sigilosos; das alfinetadas matreiras e, afinal, para que serve o Conselho Superior da Magistratura.
Sanções contra a filha do ex-presidente de Angola constituem o primeiro passo da nova campanha do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico para combater a corrupção e o financiamento ilícito, dizem as autoridades. Empresária vai recorrer.
Controlam as maiores companhias cotadas e estratégicas, como a EDP, REN e ANA. Dominam quase todos os bancos e seguradoras. Tornaram-se donos de hospitais privados e de redes de telecomunicações, gerem várias autoestradas. São chineses, angolanos, espanhóis, franceses e de muitos outros locais – onde há dinheiro para investir, o que falta por cá.
O ano 2025 promete mais negócios com empresas estratégicas, como a TAP, a companhia aérea açoriana, vários bancos e um hospital. Na gigante EDP tem havido movimentações para uma fusão com um parceiro estrangeiro.
António Castro Henriques, ex-administrador do BCP, escreveu uma carta aberta a Filipe Pinhal, outro antigo administrador, no dia em que este apresenta o livro "Estes Portugueses São do Piorio".
"Estou, e sempre estive, disponível para prestar esclarecimentos no interesse da verdade", afirmou filha de José Eduardo dos Santos, acusada de 12 crimes associados à sua gestão na petrolífera Sonangol.
Foi revelada uma investigação sobre os bens imobiliários que Isabel dos Santos, a sua mãe e um antigo associado do seu marido Sindika Dokolo detêm no Dubai.
"Isabel dos Santos, que é angolana, defender-se-á em Angola. Eu, que sou português, pretendo defender-me em Portugal", argumenta Mário Leite da Silva.
Sarju Raikundalia foi diretor financeiro da Sonangol quando Isabel dos Santos liderava a empresa angolana. Em 2022, foi ouvido em segredo no Porto por investigadores holandeses que acabaram por acusar a filha do antigo Presidente de Angola, e o próprio Raikundalia, de práticas de má gestão numa empresa controlada nos Países Baixos.
O antigo procurador entregou-se na sexta-feira, mas esta segunda-feira o Supremo Tribunal de Justiça assumiu o erro, reconhecendo que há um recurso interposto e que ainda não foi apreciado.