Enganar ou não o povo, eis a questão
Por maioria de razão, a mentira impera na política como manobra de sedução, mobilização e intimidação. Importa, aliás, que seja grandiloquente no seu exagero e repetida insistentemente.
Por maioria de razão, a mentira impera na política como manobra de sedução, mobilização e intimidação. Importa, aliás, que seja grandiloquente no seu exagero e repetida insistentemente.
Processo de corrupção mostra o pior dos partidos, mas também tira uma fotografia ao que o MP não deve fazer.
O procurador-geral da República (PGR) admitiu hoje que o inquérito do processo Tutti Frutti demorou "muito tempo" a ser concluído, ressalvando que a investigação acelerou depois de ter sido criada, em 2023, uma equipa especial para o caso.
Um dispositivo informático encontrado no gabinete de Vítor Escária contém dados pessoais de centenas de inspetores da Judiciária, quadros das Finanças e até agentes dos serviços de informações. A defesa do ex-chefe de gabinete garante à SÁBADO desconhecer o conteúdo, mas o MP já abriu uma nova investigação pelo crime de violação do segredo de Estado.
Ficheiro encontrado no Palácio de São Bento coincide com dados retirados da segurança social por Marco de Aragão. Juiz que fez as buscas a Escária integrou coletivo que condenou o homem já declarado inimputável.
Esta é a história das escutas do traficante e do bruxo Demba; da denúncia à PGR e do juiz vingativo; dos testemunhos temerosos dos funcionários judiciais e das vigilâncias manhosas da PJ; do cofre, das notícias da Covid e da vozeria criminosa do jornalista. E ainda da briga com o procurador Centeno e do tribunal relapso; das acumulações de Alexandre e de como muitos andaram à procura de Ivo.
O triunfo do obreirismo, para não dizer pior, é determinado pelo chavão político de “acelerar a execução do PRR”, esse imperativo patriótico de sacar a massa a Bruxelas o quanto antes, não vão eles desviá-la para a indústria da guerra, ou outra qualquer.
Amadeu Guerra disse ainda que não sabe se escreveria o parágrafo do comunicado sobre a Operação Influencer que visou o então primeiro-ministro António Costa, alegando não conhecer "suficientemente o processo".
Um ano depois, a Operação Influencer esfumou-se. Podemos dizer que o Ministério Público não só fez "indecente e má figura", como continua a fazer.
Três dos processos encontram-se sob segredo de justiça. Resposta foi dada pela PGR à Assembleia da República.
Até não faltou a utilização da palavra "independente" para qualificar "a magistratura" do Ministério Público, quando o novo PGR sabe muito bem o que está escrito no artigo 219º da Constituição da República.
Amadeu Guerra sabe que não há justiça que resista à falta de atualidade e de eficácia na investigação criminal. Não bastará preencher o vazio deixado por Lucília Gago. É preciso mesmo reiniciar alguns setores do Ministério Público, como se estivesse a partir do zero.
Não se fazem reuniões discretas para não se discutir coisa nenhuma, para não se procurar nenhum tipo de consenso ou abrir nenhum tipo de portas. E, ao contrário do que parece agora defender-se, isso é bom e os portugueses agradecem.
Além da criminalidade económico-financeira, o novo PGR realçou também a ameaça colocada pela cibercriminalidade, tanto ao nível de infraestruturas críticas como ao nível dos cidadãos.
O Presidente da República recordou que, há seis anos, Lucília Gago sucedeu a Joana Marques Vidal "em condições particularmente difíceis".