
Israel rejeita entre 30% e 40% da ajuda humanitária diária enviada do Egito para Gaza
Entre os 150 camiões que chegam diariamente a Gaza, Israel devolve entre 20 a 80 camiões.
Entre os 150 camiões que chegam diariamente a Gaza, Israel devolve entre 20 a 80 camiões.
A Faixa de Gaza, com uma população de cerca de 2,1 milhões de habitantes, foi sujeita a um bloqueio de ajuda (alimentos, medicamentos e outros bens básicos, como combustível) durante quase três meses, até que Israel permitiu o acesso limitado a bens na semana passada.
Antes de outubro de 2023, quando começou a ofensiva israelita, o número médio de camiões que entravam na Faixa era de cerca de 500 por dia, o que as agências humanitárias já consideravam insuficiente para satisfazer as necessidades da população.
Se o fogo atingir o depósito de combustível, "será um desastre", alertou o diretor interino da unidade hospitalar, Mohammed Salha.
Cerca de 200 camiões entraram nos últimos dias, após três meses de bloqueio total israelita. Porém, não chega "sequer perto de cobrir a escala e o volume das necessidades dos 2,1 milhões de habitantes de Gaza", avisou, o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric.
Destes 198 camiões, 90 já foram recolhidos por várias organizações e associações humanitárias para que o seu conteúdo, que inclui produtos nutricionais, medicamentos e farinha, seja distribuído, segundo o porta-voz Jens Laerke.
O seu conteúdo ainda não foi distribuído ao público, disse hoje o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric.
Horas antes, o Exército tinha anunciado o estabelecimento de uma "pausa tática" da atividade militar de forma a permitir a entrada e distribuição de mais ajuda humanitária.
Até há uma semana Rafah abrigava 1,4 milhões de pessoas.
Centenas de pessoas tem vindo a fugir de Rafah desde que as Forças de Defesa de Israel ordenaram a evacuação dos bairros orientais, pouco antes de se apoderarem do posto fronteiriço com o Egito, no leste da cidade no dia 7.
Israel anunciou nas últimas horas que vai permitir a prestação temporária de ajuda através do porto de Ashdod, no sul de Israel, bem como através da passagem de Erez, que dá acesso direto ao norte da Faixa, além de aumentar o fluxo de ajuda proveniente da Jordânia.
Ajuda alimentar chega a Gaza dois dias após mais de 110 palestinianos terem sido mortos pelo exército israelita, enquanto abordavam camiões com ajuda humanitária.
A passagem de Erez, a única travessia para pessoas entre o enclave palestiniano e Israel, foi fechada devido aos contínuos protestos ao longo da fronteira.
A 17 de Julho, Israel reforçou o bloqueio ao redor da Faixa de Gaza, imposto há mais de uma década.