
JPP: O partido dos irmãos Sousa chega a São Bento
Já contavam, mas houve festa em Santa Cruz, Madeira. O segundo partido no arquipélago ainda não sabe onde se quer sentar (esquerda ou direita?), mas vai ter causas nacionais, como a regionalização.
Já contavam, mas houve festa em Santa Cruz, Madeira. O segundo partido no arquipélago ainda não sabe onde se quer sentar (esquerda ou direita?), mas vai ter causas nacionais, como a regionalização.
Miguel Albuquerque falava aos jornalistas depois de ter votado numa assembleia de voto instalada numa escola na freguesia de São Martinho, no Funchal, já perto das 13:00.
As secções de voto distribuídas pelas 54 freguesias dos 11 concelhos da Região Autónoma da Madeira estão abertas entre as 08:00 e as 19:00.
Os madeirenses votam dia 23 e o mais complicado vem a seguir. Restam cenários, arranjos e arranjinhos, com – ou quase sempre sem – Miguel Albuquerque. Ali, o “não é não” é para ele. Até no PSD já se fala de um plano B. Os planos para o day after.
Militantes e membros da comissão política do Juntos Pelo Povo decidiram, por unanimidade, que o partido deve votar a favor da moção de censura apresentada pelo Chega.
No encerramento do debate na generalidade Miguel Albuquerque explicou que "a matriz que inspira este Orçamento é a do Estado social do pós-guerra", destacando a implementação do imposto progressivo, o acesso equitativo aos bens públicos e o apoio ao nível da coesão social, da saúde e da educação.
Tornou-se o rosto do JPP, que mudou a paisagem política da Madeira. Vai ao mar todos os dias, à Marcelo. Levanta-se com as galinhas, dá comida aos 5 gatos, corre a ilha a atender pessoas e ficou a dois deputados do PS.
Os cálculos que se seguem: ganhou, sobreviveu e ganha pontos por isso. Fazer passar o programa será difícil (menos pontos) e governar ainda mais complicado.
O compromisso alcançado hoje entre os dois partidos envolve também "não viabilizar qualquer solução governativa apresentada pelo PSD".
Sem maioria absoluta, politólogos ouvidos pela SÁBADO acreditam que a região autónoma vai ter um governo minoritário, baseado em acordos parlamentares.
Tanto o PSD e PS procuram aliados após uma vitória sem maioria absoluta. JPP conseguiu nove deputados e é a terceira maior força política do arquipélago.
Eleições foram convocadas na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional Miguel Albuquerque foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Presidente do Governo Regional da Madeira foi constituído arguido num processo que levou à detenção do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, do líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e de Custódio Correia, CEO e principal acionista do grupo ligado à construção civil SOCICORREIA.
O JPP, o terceiro partido nas últimas eleições regionais, entregou uma participação formal alegando irregularidades e "conluio" no contrato que levou o presidente do governo e mais 12 pessoas à Venezuela e Curaçau. E cujos bilhetes foram emitidos antes mesmo de aberto o concurso.
Miguel Albuquerque já iniciou os contactos com IL e PAN para viabilizar um Governo. O CDS ganhou, mas pode eclipsar-se. O Chega tem um grupo parlamentar, mas não conta. O PCP subiu 50%.
A afluência dos eleitores às urnas nas eleições regionais da Madeira era de 39,9% até às 16 horas. Em 2019, foi de 40,79% até à mesma hora.