Sábado – Pense por si

O homem que matou Humberto Delgado

Ricardo Silva 03 de julho de 2018 às 12:36

Foi ele que assassinou a tiro o maior adversário do regime em 1965. Foi ele que preparou a bomba que eliminou Eduardo Mondlane, chefe da Frelimo moçambicana. Pelo meio, deixou um rasto de violência e crueldade que o tornaram um favorito da PIDE e um dos assassinos mais brutais da polícia política de Salazar.

Eram quase três da tarde em Badajoz naquele dia 13 de Fevereiro de 1965. O general Humberto Delgado e a sua secretária, Arajaryr Campos, encontravam-se na estação de comboios e ele, mesmo sem haver sol, estava de óculos escuros e com um cachecol a tapar-lhe parte da cara. A grande figura da oposição ao Estado Novo estava prestes a partir para uma reunião que julgava determinante para derrubar o regime. A ansiedade já devia ser grande quando viram finalmente aproximar-se o homem que tinham conhecido apenas algumas horas antes, o dr. Castro e Sousa. Cumprimentaram-se, saíram discretamente da plataforma e, fora do edifício, encaminharam-se para o Renault Caravelle que o homem estacionara ali perto. Delgado sentou-se ao lado do condutor. Atrás, a sua secretária brasileira tentou atenuar com conversa de circunstância o ambiente tenso.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais