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'Empresa-fantasma' de lobista detido faturou mais 600 mil euros num ano

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 19 de março de 2025 às 23:00

Autoridades belgas suspeitam que Nuno Wahnon Martins usava uma empresa portuguesa sua para pagar a eurodeputados. Em Portugal, é sócio-gerente de consultora portuguesa que explodiu faturação em 2023.

No dia 18 de março de 2022, Nuno Wahnon Martins dirigiu-se a um balcão do Instituto dos Registos e do Notariado e criou uma sociedade por quotas unipessoal. Com sede no quinto andar do 107 da Rua dos Douradores, nasceu a Influente Azáfama Consultoria Unipessoal, Lda. Com atividade principal “de consultoria, orientação e assistência operacional às empresas ou a organismos públicos e privados”, a empresa não faturou nada nesse ano – aliás, só deu prejuízo. Segundo as contas de 2022, consultadas pela SÁBADO, a empresa declarou zero euros em vendas e prestação de serviços e teve um resultado líquido negativo de 2.000 euros. No ano seguinte, inscrito como lobista no Parlamento Europeu pela Nostrum Partners, tudo mudaria: 660 mil euros em vendas, 304 mil euros em lucro.

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