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Vinte mil utentes poderão ficar sem médico de família

18 de novembro de 2015 às 14:39

Previsão é do presidente da Ordem dos Médicos/Norte e refere-se àquela região do País. Em causa estão erros nos concursos

O presidente da Ordem dos Médicos/Norte (CRNOM) admitiu hoje que cerca de 20 mil utentes da região Norte fiquem sem médico de família devido a "graves problemas dos concursos médicos".

"Se nada for feito para garantir a integração de todos os especialistas" no concurso para ocupação de lugares de assistente em Medicina Geral e Familiar, o presidente do CRNOM afirma que "cerca de 20 mil utentes" da região Norte "vão voltar a ficar sem médico de família".

Em comunicado, Miguel Guimarães salienta que "apesar do procedimento concursal mais recente (e que abrange os médicos que obtiveram a sua especialidade na 2.ª época de 2015) ser nacional e coordenado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a realidade é que os erros e irregularidades do concurso da 1.ª época não estão a ser resolvidos de forma equitativa".

O presidente da Ordem dos Médicos do Norte recorda que na 1.ª época, gerida a nível regional, 20 especialistas de medicina geral e familiar ficaram excluídos por falta de vagas.

"Ao permitir que este grupo de jovens especialistas seja incluído neste segundo concurso de 2015 (uma medida positiva), sem que haja um aumento proporcional do número de vagas na ARS Norte, a ACSS defrauda as expectativas do grupo de médicos que concorre agora pela primeira vez limitando para todos os possíveis concorrentes (da 1.ª e 2.ª épocas) a possibilidade de acesso ao emprego", sustenta o responsável.

Concursos com conflitos de interesses
Miguel Guimarães aponta ainda outros erros nestes concursos que, em seu entender, "condicionam irremediavelmente os procedimentos".

"Os procedimentos de selecção continuam a ser fechados, sem qualquer garantia de ausência de conflitos de interesses por parte dos júris, e sem critérios de avaliação objectivos que valorizem claramente a formação adquirida e que sejam publicados previamente", refere.

Lamentando todo "o caos que se viveu no concurso da 1.ª época e que agora ameaça repetir-se", Miguel Guimarães assevera que "o grau de satisfação e motivação dos jovens médicos nunca foi tão baixo, como de resto o demonstram os vários estudos que têm sido realizados, as elevadas taxas de emigração e opção pelo sector privado".

Miguel Guimarães exorta o Ministério da Saúde e a ACSS "a contemplar de imediato mais dez vagas na ARS Norte, respeitando o equilíbrio necessário para resolver a inclusão, no mesmo procedimento concursal, de dois grupos de médicos do norte que concluíram a sua formação em épocas distintas".

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