Ventura já quis criminalizar ofensas no Twitter. Agora quer proibir a "censura"
Em 2020 Ventura insurgia-se contra a "bandalheira" e garantia que, se chegasse ao poder, ofender polícias nas redes sociais daria prisão. Agora que foi suspenso, insurge-se contra "a censura" das redes sociais.
"Se o Chega vencer as eleições, ofender polícias, magistrados ou guardas prisionais vai mesmo dar prisão", prometeu André Ventura no Twitter no dia 2 de Junho de 2020. Este sábado, depois de uma suspensão de 12 horas que lhe foi decretada no Twitter, o líder do partido de direita informou que vai propor que "as redes sociais estejam proibidas" de fazer "censura".
A reviravolta no plano para as redes sociais mudou em menos de um ano. André Ventura esteve 12 horas suspenso no Twitter depois de escrever: "Se é assim que se vive na III República, eu também acho que Eduardo Cabrita devia ser decapitado". Na sequência desta publicação, o Twitter suspendeu a conta do líder partidário. Ventura reagia à suspensão pelo ministro da Administração Interna da pena aplicada ao agente da PSP Manuel Morais, que escreveu no Facebook: "Decapitem estes racistas nauseabundos que não merecem a água que bebem".
O Twitter invocou a "violação das regras" da rede social "contra abuso e assédio" para suspender a conta do deputado.
André Ventura diz que se trata de uma suspensão "vergonhosa ". "Sou insultado e ameaçado todos os dias por contas que permanecem ativas ininterruptamente. Escrevo uma frase irónica a propósito de um agente que me queria decapitar e sou suspenso. O Twitter ao serviço da censura",afirmou o deputado ao Correio da Manhã, reagindo à sua suspensão.
Mas Ventura é o mesmo deputado que, em 2020, prometia que quem criticasse "polícias, magistrados ou guardas prisionais" seria preso. "Twitter deixará de ser a bandalheira que é, pelo menos em Portugal", assegurava.
E preparem-se, porque se o CHEGA vencer as eleições, ofender polícias, magistrados ou guardas prisionais vai dar mesmo prisão. E o Twitter deixará de ser a bandalheira que é, pelo menos em Portugal.
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