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Sindicato pede demissão imediata dos responsáveis pela Proteção Civil na Madeira

Lusa 21 de agosto de 2024 às 13:49

O SNPC considera "inadmissível" que o incêndio continue ativo e se tenha intensificado, após uma semana, o que considerou revelar "uma clara falta de liderança e competência por parte daqueles que deveriam zelar pela segurança e bem-estar" da comunidade.

O Sindicato Nacional da Proteção Civil exigiu esta quarta-feira a demissão imediata do presidente da Proteção Civil da Madeira, António Nunes, e do secretário regional da Proteção Civil, Pedro Ramos, devido ao fogo que lavra na ilha há oito dias.

HOMEM DE GOUVEIA/LUSA

"Esperamos que as autoridades competentes tomem as medidas necessárias para proceder a estas substituições de forma rápida e transparente, garantindo assim que a Proteção Civil seja liderada por indivíduos verdadeiramente capacitados para proteger e servir a nossa comunidade", acrescentou o Sindicato Nacional da Proteção Civil (SNPC).

Num comunicado, o SNPC referiu que está a acompanhar o trabalho dos operacionais neste incêndio com "profunda indignação e preocupação", considerando "inadmissível" que o incêndio continue ativo e se tenha intensificado, após uma semana, o que considerou revelar "uma clara falta de liderança e competência por parte daqueles que deveriam zelar pela segurança e bem-estar" da comunidade.

O sindicato criticou, sobretudo, a resistência em pedir ajuda externa e considerou que a resposta foi "tardia, desorganizada e insuficiente", o que "coloca em risco vidas humanas, património natural e a segurança de todos os madeirenses".

"Não entendemos por que razão ainda não foi invocada a ajuda de Protocolo com as Ilhas Canárias que se encontra inscrito no Plano Regional de Emergência de Proteção Civil da Região Autónoma da Madeira", afirmou.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou há uma semana, dia 14, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.

 Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais. 

Quatro bombeiros receberam assistência hospitalar por exaustão e mal-estar, não havendo mais feridos.

 Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, indicados pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, apontam para 4.392 hectares de área ardida até às 12h00 de terça-feira.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, diz tratar-se de fogo posto.

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