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Sindicato acusa Auchan de não respeitar direitos dos trabalhadores

13 de novembro de 2020 às 22:21

CESP garantiu que a Auchan disse "à maioria dos seus trabalhadores que têm de sair até às 14:00 e estão obrigados a compensar as horas não trabalhadas no prazo de 8 semanas".

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) acusa a Auchan de não respeitar os direitos dos seus funcionários, comunicando-lhes que serão obrigados a compensar horas não trabalhadas. 

Em comunicado, a entidade garantiu que a Auchan (antigo Jumbo), que detém vários supermercados em Portugal, disse "à maioria dos seus trabalhadores que têm de sair até às 14:00 e estão obrigados a compensar as horas não trabalhadas no prazo de 8 semanas", devido às novas restrições face à pandemia de covid-19 que serão aplicadas aos fins de semana, acusando-a ser "uma empresa da distribuição alimentar que não respeita os direitos dos trabalhadores".

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Auchan Retail Portugal rejeitou "qualquer acusação de estar a agir à margem dos direitos dos colaboradores, na sequência da decisão de encerramento dos estabelecimentos comerciais às 13:00".

A empresa justificou que "perante a determinação do Governo, a Auchan teve de proceder à reorganização dos horários dos seus colaboradores", garantindo que "está a ser feita dentro do mais escrupuloso cumprimento da legislação em vigor e com o acordo com cada um dos colaboradores" e afirmando que "não há nenhuma obrigatoriedade de mudar de horário".

Além disso, o grupo assegura "que não haverá nenhum impacto na remuneração das suas equipas e aqueles que não tiverem disponibilidade para ajustar o horário, poderão executar tarefas em loja de apoio à entrega ao domicílio".

O CESP critica ainda a Auchan por ter alegadamente afirmado que "como estamos em estado de emergência a empresa pode mexer nos direitos dos trabalhadores", garantindo que isso é "mentira".

 "Os direitos dos trabalhadores não estão suspensos. Os trabalhadores, com declaração da empresa, podem deslocar-se para o seu local de trabalho e estão disponíveis para trabalhar no seu normal horário", refere o CESP, indicando que "se a empresa decide dispensar o trabalhador do dever de assiduidade assume igualmente que lhe paga o salário".

"Não é aceitável que empresas com milhares de euros de lucros, empresas que desde o primeiro dia da pandemia têm tido os trabalhadores ao serviço, apesar dos medos e das enchentes de clientes, venham agora dizer que os trabalhadores terão de pagar as horas que não irão trabalhar, porque o Governo decidiu que as portas ao público terão de estar encerradas", defende o CESP.

O sindicato apela ainda "às autoridades competentes", salientando que "têm o dever de intervir para repor a legalidade".

A Auchan destaca que nestes últimos tempos "manteve os seus horários habituais que considerou adequados para os seus clientes e até para não desorganizar a vida das suas equipas", remata o grupo.

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