Secções
Entrar

Sérgio Sousa Pinto acusa líder da JS de práticas estalinistas

13 de dezembro de 2020 às 20:35

Miguel Matos na série de antigos líderes da JS que mencionou no discurso de vitória, não se referiu nem a Sérgio Sousa Pinto, nem a António José Seguro.

O deputado do PS Sérgio Sousa Pinto acusou hoje de estalinismo o novo secretário-geral da JS, Miguel Matos, dizendo que apagou o seu nome e o de António José Seguro da história desta organização de juventude.

Hoje, no encerramento do XXII Congresso Nacional da Juventude Socialista, que decorreu em formato digital devido à covid-19, Miguel Matos falou em vários antigos líderes desta organização da década de 1970, como Margarida Marques e Arons de Carvalho, bem como de outros mais recentes, como Duarte Cordeiro, Pedro Nuno Santos e Maria Begonha.

Miguel Matos, deputado socialista e ex-assessor económico do primeiro-ministro, António Costa, na série de antigos líderes da JS que mencionou, não se referiu nem a Sérgio Sousa Pinto, nem ao anterior líder do partido, António José Seguro.

Em declarações à agência Lusa, Sérgio Sousa Pinto considerou que "esse é o comportamento de um estalinista".

"Com Estaline, as figuras incómodas à situação do momento iam sendo apagadas das fotografias. A eleição de um estalinista é a pior desgraça que podia acontecer a uma organização como a JS. Nunca pensei que a JS tentasse apagar-me da sua memória", afirmou o atual presidente da Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros, que liderou a JS na década de 1990.

Sérgio Sousa Pinto considerou também "muito grave a omissão de António José Seguro" no discurso do novo líder da JS.

"António José Seguro, até agora, foi o único líder da JS que também assumiu as funções de secretário-geral do PS. Este revisionismo em curso em alguns setores do partido é totalmente inaceitável", considerou Sérgio Sousa Pinto.

No seu primeiro discurso como líder, depois de ter sido eleito no XXII congresso da JS, Miguel Matos defendeu que a uma "crise sem precedentes", como a causada pela pandemia de covid-19, há que responder com "um Estado Social reforçado e robustecido".

E prometeu que a JS estará sempre "contra os que querem desmantelar" o Estado social em Portugal, a direita, e fez a defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) "gratuito e de qualidade".

Foi nesta sequência que Miguel Costa Matos reivindicou, perante o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, uma "educação pública", aí incluindo o ensino superior e as creches públicas, "completamente gratuita em todos os ciclos de ensino e de excelência".

O novo secretário-geral da JS, eleito com 179 votos a favor, 17 contra e seis em branco, pediu ainda "uma desforra" às forças de direita no debate de ideias e atacou a extrema-direita "cobarde" por não defender ou mesmo atacar "os mais fracos" da sociedade.

"A extrema-direita nunca nos ditará a ação", prometeu.

Crítico do capitalismo, Miguel Costa Matos afirmou que "a mão invisível do mercado não pode comandar a vida" dos cidadãos, que não são "meros números".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela