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PSD nega acordo nacional com o Chega como moeda de troca para governo nos Açores

06 de novembro de 2020 às 19:21

"Não há qualquer moeda de troca com a revisão constitucional, não há acordo nacional do Chega com o PSD", afirmou André Coelho Lima, explicando que foram "transmitidos a elementos" do Chega os princípios do projeto de revisão constitucional que os sociais-democratas pretendem apresentar na atual sessão legislativa.

O PSD recusou esta sexta-feira que haja qualquer acordo nacional com o Chega, quer sobre revisão constitucional quer sobre coligações, e acusou o PS de "topete", dizendo que foram os socialistas os primeiros a fazerem "os entendimentos necessários" para governar.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, o vice-presidente do PSD André Coelho Lima centrou as críticas no secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, que acusou o PSD liderado por Rui Rio de virar as costas ao fundador Sá Carneiro e de negociar o apoio do Chega a uma solução governativa nos Açores, tendo como moeda de troca a revisão da Constituição.

"Não há qualquer moeda de troca com a revisão constitucional, não há acordo nacional do Chega com o PSD", afirmou o dirigente social-democrata, explicando que foram "transmitidos a elementos" do Chega os princípios do projeto de revisão constitucional que os sociais-democratas pretendem apresentar na atual sessão legislativa.

Coelho Lima admitiu que alguns desses princípios, já há muito defendidos pelo PSD, como a redução de deputados, possam vir a merecer o acordo do Chega, "como de outros partidos", e recordou que uma revisão constitucional precisa de uma aprovação mais ampla (de dois terços).

"É de lamentar o tom utilizado pelo secretário-geral adjunto do PS, que é exatamente o mesmo partido que também ignorou a sua história para fazer os entendimentos que considerou necessários", afirmou, referindo-se às legislativas de 2015 em que o PS, tendo ficado em segundo, formou Governo, com o suporte parlamentar de BE, PCP e PEV.

O vice-presidente do PSD salientou que no atual cenário parlamentar, quer nacional quer regional, "há uma pluralidade de representatividade de partidos, que muda a lógica das conversações".

"O PS foi o primeiro a ter essa iniciativa. Ficamos muito surpreendidos que tenha a coragem, o topete, de ter declarações como teve o seu secretário-geral adjunto", criticou.

Questionado se o PSD admite, então, fazer uma coligação com o Chega em caso de uma idêntica fragmentação em futuras legislativas, Coelho Lima recusou fazer "futurologia", tal como se escusou a responder se considera que um acordo com o Chega seria semelhante ao que foi feito, em 2015, pelo PS com os partidos à esquerda.

"Não estou a fazer equiparação, o PS não venceu eleições em 2015 e governou, porque fez entendimentos que também violaram a tradição histórica do Partido Socialista, é o último partido a poder ter a coragem de dizer aquilo que disse", respondei.

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