Secções
Entrar

Providência cautelar para impedir furo petrolífero

04 de maio de 2017 às 14:29

Plataforma vai ainda avançar com acção de impugnação do acto que permite iniciar os trabalhos de prospecção

A Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) interpôs uma providência cautelar para impedir o início da prospecção de petróleo ao largo de Aljezur, no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, anunciou hoje aquela estrutura.

Em declarações àLusa, Manuel Vieira, da PALP, adiantou que os visados na acção judicial interposta na passada semana são o Ministério do Mar e a Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), entidade que atribuiu em Janeiro passado a licença que permite avançar com a prospecção de petróleo a 47 quilómetros da costa oeste de Aljezur.

"Existe o perigo de a empresa querer fazer o furo a qualquer momento e o nosso objectivo é impedir que os trabalhos se iniciem", referiu aquele responsável da PALP, alegando que o acto administrativo que autoriza o início dos trabalhos de prospecção viola a legislação comunitária e nacional.

Nesse sentido, em breve, embora ainda não haja uma data definida, a PALP, que é composta por duas dezenas de associações ambientalistas e de defesa do património, vai avançar com uma acção de impugnação do acto administrativo que abre o caminho ao consórcio ENI/ Galp para os trabalhos de prospecção.

Em comunicado, a plataforma refere que "não há uma única razão que justifique a prospecção e a exploração de hidrocarbonetos no mar ou em terra" e critica a "completa inutilidade da consulta pública" promovida pela DGRM no âmbito do processo de concessão da licença de prospecção.

De acordo com a PALP, "a decisão já estava tomada antes da participação do público" e o facto de terem sido registadas "mais de 42.000 participações contrárias" à concessão, não foi o suficiente para que as autoridades travassem o processo.

"Apesar da perigosidade das operações e de estas se localizarem numa zona altamente sensível do ponto de vista ambiental, muito próxima do limite da Rede Natura 2000, e apesar de a lei o impor, não houve qualquer estudo de impacto ambiental", referem.

Também a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) já tinha interposto uma providência cautelar contra este contrato, em Julho de 2016, que ainda corre trâmites no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé.

A Região de Turismo do Algarve (RTA) e outras associações empresariais e ambientalistas também manifestaram a sua oposição à emissão dessa licença.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela