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Provas contra Paulo Gonçalves baseadas em escutas telefónicas

08 de março de 2018 às 12:44

Ficou decidido na audiência desta quarta-feira que o assessor jurídico do Benfica fica em liberdade e proibido de contactar os restantes arguidos. Estiveram envolvidos na investigação mais de 50 elementos da PJ.

A Polícia Judiciária tem provas contra Paulo Gonçalves e José Silva, arguidos na operação E-Toupeira, baseadas em escutas telefónicas e operações de vigilância. De acordo com a notícia avançada pelo Record, são nestas operações de vigilância que os inspectores registaram encontros entre os dois alvos da operação. 

Segundo o Expresso, a investigação envolveu cerca de 50 elementos da Polícia Judiciária, além de um juiz de instrução criminal e dois magistrados do Ministério Público. Decorreram cerca de 30 buscas no Porto, nos tribunais de Fafe e Guimarães, na casa de Paulo Gonçalves em Santarém e ainda na SAD do Benfica, no Estádio da Luz. 

Após a audiência desta quarta-feira, ficou decidido que o assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves, 
fica em liberdade e proibido de contactar os restantes arguidos. Já o funcionário judicial José Silva fica em prisão preventiva. No entanto, o advogado Paulo Gomes anunciou o recurso da prisão preventiva do seu cliente José Silva.

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Foto: Duarte Roriz / Correio da Manhã
Foto: Duarte Roriz / Correio da Manhã
Foto: Duarte Roriz / Correio da Manhã
Foto: Duarte Roriz / Correio da Manhã
Paulo Gonçalves

Em declarações aos jornalistas ao fim da noite, à saída do Tribunal de Instrução Criminal do Campus da Justiça, em Lisboa, o jurista considerou a decisão da juíza Cláudia Pina "excessiva" e explicou ainda que o tribunal justificou a sanção com o risco de "perturbação do inquérito" por via das "funções de oficial de justiça" do seu cliente nos tribunais de Fafe e Guimarães.

José Augusto Silva, funcionário do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, está indiciado pelos crimes de corrupção passiva, favorecimento pessoal, peculato, burla informática, falsidade informática, nove crimes de acesso ilegítimo e mais quatro crimes de violação de segredo de justiça, estes em co-autoria com Paulo Gonçalves. Contudo, questionou os fundamentos das contrapartidas imputadas pelo Ministério Público.

"Se a ideia é transmitirem que há contrapartidas, então são meia dúzia de bilhetes e uma camisola", disse Paulo Gomes, que confirmou o recebimento, mas sem as atribuir a qualquer prática ilícita: "No futuro, o processo vai explicar porque é que ele recebeu. Não recebeu como contrapartida de corrupção nenhuma que lhe tivesse sido pedida."

Segundo o 
Correio da Manhã, Paulo Gonçalves ficou em silêncio durante o interrogatório. 

Esta quarta-feira, a SAD do Benfica reiterou "total disponibilidade" para colaborar com as autoridades judiciais, no qual é arguido o assessor jurídico, em quem reassume confiança. "A Sport Lisboa e Benfica SAD reitera a sua total disponibilidade para colaborar de uma forma empenhada com as autoridades judiciais para o cabal esclarecimento deste processo, que desde ontem [terça-feira] foi tornado oficialmente público, e reafirma a sua convicção e confiança de que o Dr. Paulo Gonçalves poderá no decurso do processo demonstrar a licitude de todos os seus procedimentos e condutas", lê-se no comunicado dos "encarnados". 

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