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Produção de carne Mirandesa está em sintonia com o ambiente

23 de setembro de 2019 às 17:00

Os criadores de bovinos de raça Mirandesa defenderam que a produção de carne desta espécie "está em sintonia com o meio ambiente".

Os criadores de bovinos de raça Mirandesa defenderam hoje que a produção de carne desta espécie "está em sintonia com o meio ambiente", destacando "o bem-estar animal" e a sua contribuição para fixação de população na área de produção.

"A criação desta raça autóctone tem permitindo criar condições de vida e sustento em regiões tantas vezes esquecidas e que lamentavelmente têm sofrido e assistido ao fenómeno do êxodo rural", disse à Lusa o administrador da Cooperativa Agropecuária Mirandesa, Nuno Paulo.

A Cooperativa Agropecuária Mirandesa (CAPM) e a Associação dos Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa (ACBRM) repudiaram as declarações do reitor da Universidade de Coimbra (UC), que na semana passada anunciou banir a carne de vaca das cantinas.

Segundo o reitor Amílcar Falcão, este será o primeiro passo para, até 2030, tornar a Universidade de Coimbra "a primeira universidade portuguesa neutra em carbono".

Os responsáveis das entidades que comercializam e produzem a carne Mirandesa, com chancela de produção de Denominação de Origem Protegida (DOP), adiantam que a sua estrutura assenta num modo de produção com preocupações ambientais, onde se destacam os lameiros tradicionais e o aproveitamento económico da vegetação herbácea e arbustiva através do maneio dos efetivos em ecossistemas focados na pastorícia.

"A raça bovina Mirandesa apenas prima pela sua qualidade, não sendo uma raça competitiva e explorada na perspetiva de rentabilidade pura e dura, produzindo apenas quilogramas de carne", acrescentaram os representantes dos criadores desta espécie de bovinos.

Para os responsáveis pelo fomento desta a raça em vias de extinção, a sua génese sobressai e torna-a competitiva pela sua capacidade de aproveitamento e adaptação a um sistema agropastoril sustentável, onde o meio ambiente é primordial e daí em grande parte esses territórios serem enquadrados em área protegidas.

O administrador Nuno Paulo referiu que a cooperativa fornece carne a várias cantinas escolares, fruto do desenvolvimento comercial, mas também pela abordagem direta que faz junto das direções dos Agrupamentos de Escolas e Instituições de Ensino Superior da região de produção.

A CAM e a ACBRM apelaram ainda às entidades públicas que promovam o consumo de produtos nacionais nas suas cantinas, discriminando-os positivamente, fomentando a criação de emprego e desenvolvimento do país de uma forma integrada.

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