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Portugueses não sabem para que serviu votar no PSD, acusa Costa

20 de março de 2016 às 17:02

Primeiro-ministro voltou a falar sobre a não apresentação de propostas pelo PSD para o debate do Orçamento de Estado, considerando que um partido não amuar. Declarações de Passos sobre o BPI ficaram sem resposta

A troca de palavras entre PS e PSD continua. Este domingo, já depois de o presidente social democrata, Pedro Passos Coelho, ter pedido um esclarecimento cabal da possível intervenção do estado na venda do BPI, o secretário-geral do PS, António Costa, afirmou que o debate parlamentar não serve para um partido amuar, questionando por que serviu alguém votar no PSD quando este partido não deu contributos para a melhoria do Orçamento do Estado.

 

"Este Orçamento do Estado que aprovámos esta semana foi um Orçamento histórico para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, quer pela proposta originária do Governo, quer pelas propostas que quase todos os grupos parlamentares na Assembleia da República - menos um - apresentaram e que permitiram melhorar a proposta que o Governo tinha apresentado", começou por dizer António Costa, no congresso regional do PS/Açores, que terminou na Lagoa, Açores.

 

Para António Costa, "é para isto que serve um debate sobre o Orçamento do Estado". "Agora, para o que não serve seguramente o debate parlamentar é para um partido amuar e dizer 'eu neste jogo não participo, porque ou estou no Governo ou estou contra tudo aquilo que venha aqui a ser debatido nesta Assembleia da República", disse o também primeiro-ministro.

 

Segundo António Costa, "os portugueses hoje sabem bem para o que é que serviu o seu voto no PS, no Bloco de Esquerda, no PCP, no Partido Ecologista Os Verdes, no Partido dos Animais e até no CDS-PP", porque todos estes partidos "participaram activamente na construção" do orçamento. "A pergunta que todos nos fazemos é para que é que serviu alguém votar no PSD quando o PSD nem propõe, nem substitui, nem dá nenhum contributo para a melhoria do Orçamento do Estado", destacou António Costa.

 

No discurso, no qual elogiou a governação socialista nos Açores nos últimos 20 anos, primeiro sob a liderança de Carlos César e agora de Vasco Cordeiro, o secretário-geral referiu que o PS/Açores "tem sabido demonstrar como é possível conciliar autonomia regional com responsabilidade financeira, como é possível conciliar um orçamento equilibrado e uma dívida reduzida com crescimento económico e aumento da protecção social". "Todos os dias nos procuramos inspirar neste exemplo de governação", realçou o secretário-geral.

 

Passos Coelho sem resposta

À saída do congresso, António Costa escusou-se a comentar as palavras do líder da oposição, o social-democrata Pedro Passos Coelho, em Valpaços. "Não temos boa memória dos tempos em que os governos e os primeiros-ministros se envolviam em processos societários que não respeitam ao Estado, respeitam aos privados, e era muito importante que houvesse um cabal esclarecimento dessa matéria", disse Passos Coelho, à margem de uma visita à Feira do Folar de Valpaços, Vila Real.   

 

Para o líder do PSD, é preciso que os governos "salvaguardem a sua independência e a sua isenção de processos que não estão sob a sua alçada directa" e, por isso, espera que haja um "esclarecimento cabal desta matéria".

 

O Expresso noticiou que António Costa e a empresária angolana, para ultrapassar o impasse no BPI, reuniram-se em Lisboa e terão conciliado posições com o grupo financeiro espanhol La Caixa, com a filha do Presidente de Angola a vender a sua participação no BPI aos espanhóis e o BPI a ceder as suas acções do banco angolano BFA a capitais angolanos.

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